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ES não vai aplicar vacina Pfizer em grávida que tomou 1ª dose da Astrazeneca

ES não vai aplicar vacina Pfizer em grávida que tomou 1ª dose da Astrazeneca

Prefeitura do Rio de Janeiro autorizou grávidas que tomaram Astrazeneca na 1ª dose a receberem a Pfizer na 2ª. No ES, governo vai seguir recomendação do Ministério da Saúde

Publicado em 30 de junho de 2021 às 02:00

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Linhares inicia vacinação de pessoas com comorbidades, grávidas e puérperas
Vacinação de grávida no ES. (Prefeitura de Linhares/Felipe Tozatto)

As grávidas e puérperas do Espírito Santo que tomaram a primeira dose da vacina Astrazeneca antes da suspensão pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), realizada em maio deste ano, vão ter que esperar 45 dias após o parto para se vacinar com a segunda dose do imunizante.

No Rio de Janeiro, a prefeitura autorizou, nesta terça-feira (29), que grávidas que tomaram Astrazeneca na 1ª dose recebam a Pfizer na segunda dose.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Danielle Grillo, o Estado deve seguir a recomendação do Ministério da Saúde.

“As gestantes que receberam a primeira dose da Astrazeneca devem esperar 45 dias após o parto para receber a segunda dose. Com relação àquelas gestantes e puérperas que ainda não foram vacinadas, elas podem receber vacinas que não sejam desenvolvidas com vetor viral, como a vacina da Pfizer, que foi adotada para este público no Estado”, explica.

Desde maio, segundo recomendação da Anvisa, a vacinação com doses da Astrazeneca para grávidas foi suspensa. A agência explicou que o próprio fabricante a alertou sobre uma “suspeita de evento adverso grave de AVC” que matou uma gestante e o bebê.

A partir de então, futuras mamães estavam sendo imunizadas, na primeira dose, apenas com Coronavac ou Pfizer.

Para as grávidas que já tinham tomado a Astrazeneca, a recomendação do Ministério da Saúde era esperar o fim da gestação e do puerpério — um mês e meio após o parto — para receber a segunda dose do mesmo imunizante.

RIO DE JANEIRO

Nesta terça-feira (29), a Prefeitura do Rio autorizou que grávidas que tomaram a vacina da Astrazeneca contra a Covid-19 na primeira dose recebam a da Pfizer na segunda aplicação. É a primeira capital brasileira a adotar a combinação de imunizantes.

Resultados preliminares de estudos internacionais, citados pelo comitê científico do município, dizem que a mistura das doses traz resultados eficazes contra o coronavírus.

O Comitê explicou ainda que as gestantes deverão procurar seu obstetra e levar um atestado para que recebam a dose de reforço — respeitando a janela de três meses.

"COMBINAÇÃO É SEGURA"

Para o infectologista Paulo Peçanha, a decisão de combinar doses de vacinas diferentes, como a que foi autorizada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, para garantir uma imunização total das grávidas é assertiva.

“Quando são contaminadas pelo coronavírus, as grávidas apresentam riscos não apenas para elas, mas também para os fetos. Ainda estamos em um contexto de muitos novos casos diários de Covid-19 no Brasil, e, consequentemente, muitos deles evoluem para a forma grave da doença, inclusive o óbito. Garantir a proteção desse público é fundamental, e doses de imunizantes diferentes já estão sendo aplicadas em outros países”, salienta.

No entanto, Peçanha também salienta que essa decisão deveria ser tomada pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que é vinculado ao Ministério da Saúde. “O PNI é um programa historicamente eficiente. É fundamental que todos os Estados tenham uma conduta única, contribuindo para uma estratégia de vacinação mais eficiente”, acrescenta.

Quem também concorda com a combinação de doses autorizada pelo Rio de Janeiro é o infectologista Lauro Ferreira Pinto. “A primeira morte por causa da variante delta do coronavírus, segundo o Ministério da Saúde informou, foi em uma grávida. Então, eu me preocupo muito com o risco de Covid-19 neste público. Até novembro de 2020, mais de 330 gestantes morreram por causa de Covid, e outros mais de 300 óbitos estão em investigação”, explica.

Segundo a enfermeira, professora doutora em Epidemiologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, já existem estudos na Espanha e na Alemanha que comprovam a eficácia da intercambialidade das vacinas.

“Chamamos a aplicação de doses diferentes de vacina heteróloga. Os estudos mostram que fazer essa imunização é seguro e aumenta a eficácia das vacinas. O Canadá, por exemplo, já instituiu isso como política pública do país. Dessa forma, todas as pessoas, gestantes ou não, que tomaram a Astrazeneca e sentiram algum efeito, podem tomar a segunda dose da Pfizer”, explica.

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