Desde a última segunda-feira (8), todas as cidades do Espírito Santo contam com ao menos uma base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – de Norte a Sul, ou melhor, de Apiacá a Mucurici. Na prática, isso significa que a população capixaba terá que esperar menos tempo para ser socorrida caso precise de uma ambulância.
À frente da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o secretário Nésio Fernandes destaca que o Estado é o primeiro com este cenário. "Somos o único do Brasil que possui base em 100% dos municípios. Se a chegada da ambulância demorava 40 minutos, podia se perder a janela de atendimento oportuno", afirmou.
De acordo com o secretário, o último dos 78 municípios do Estado a receber uma base foi Itarana, na Região Noroeste. A expansão, segundo o secretário, é resultado de um decreto estadual publicado no dia 13 de dezembro de 2019, que instituiu o programa "Samu para Todos" e permitiu o cofinanciamento.
"Se o município tivesse que bancar sozinho, iria onerar muito o cofre municipal, porque uma ambulância básica custa até R$ 60 mil e uma avançada, até R$ 180 mil. Nesse novo modelo, o Estado entra com 60% do valor do custo per capita do Samu, o que torna viável para as cidades menores", explica Nésio.
Conforme dados da Sesa, apenas 16 municípios contavam com uma base do Samu há três anos: Afonso Cláudio, Anchieta, Brejetuba, Cariacica, Fundão, Guarapari, Itaguaçu, Marechal Floriano, Piúma, Santa Maria De Jetibá, Santa Teresa, Serra, Venda Nova Do Imigrante, Viana, Vila Velha e Vitória.
"Naquela época, tínhamos 54% de cobertura porque abrangíamos cidades populosas da Grande Vitória e da Região Serrana, mas quase 60 não eram atendidas nem contavam com bases. Para poder expandir, também tivemos que reorganizar a rede hospitalar de todas as regiões", conta Nésio.
Para coordenar a logística do Samu, a Sesa conta com uma central de regulação que fica na Serra. "A ambulância de um município pode ser enviada para outro, se necessário. A distribuição é regulada pela central, que envia o comando ou a autorização para a ambulância deixar a base", esclarece.
Ainda segundo o secretário Nésio Fernandes, alguns índices de saúde já começaram a apresentar melhoras devido à expansão. "O Espírito Santo reduziu 30% a mortalidade por AVC entre 2018 e 2021. Isso porque melhoramos a parte das cirurgias, mas também o tempo de chegada até o serviço", conclui. Para acionar o Samu, basta ligar para o número 192.
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