O governo do Estado pretende zerar a fila de espera das cirurgias eletivas até o final deste ano. A informação é do secretário de Estado da Saúde (Sesa), Nésio Fernandes. A principal estratégia é a realização de um mutirão para executar os procedimentos.
Um levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) revelou que as restrições de acesso aos hospitais, o contingenciamento de leitos para o tratamento da Covid-19 e o medo de pacientes em procurar ajuda médica provocaram queda de 27 milhões de exames, cirurgias e outros procedimentos não programados ou que não são considerados de urgência e emergência, em todo o país.
Os dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS) mostram que 4.186.892 procedimentos foram realizados no Brasil nos primeiros seis meses de 2019. Neste ano, foram 3.099.006. O número representa queda de 25,9%.
Sobre o cenário nacional, Nésio Fernandes, que é vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) na região Sudeste, disse que a Covid-19 pressionou ainda mais o sistema de saúde que já enfrentava uma tripla carga com as doenças crônicas, metabólicas e causas externas, como os acidentes de trânsito.
No caso do Espírito Santo, desde a chegada da pandemia, esse tipo de intervenção foi suspensa como estratégia para evitar aglomeração, impedir o contágio nos hospitais e liberar leitos para tratamento de casos de infecção pela Covid-19.
A primeira interrupção aconteceu em março de 2020. O atendimento foi retomado em agosto. Já em 2021, o bloqueio foi anunciado em março. Após a baixa da pressão hospitalar provocada pelo aumento das internações, os procedimentos voltaram em maio.
Em julho, Fernandes explicou que a Sesa vai promover um mutirão até o final do ano com mais de 50 mil cirurgias eletivas. São procedimentos que, por não serem de urgência, ficaram temporariamente suspensos devido à pandemia.
Entre as áreas contempladas estão as de cirurgia oftalmológica, ortopédica e ginecológica. Além dos procedimentos cirúrgicos, o mutirão também prevê 150 mil consultas — especializadas ou não — e outros 250 mil exames.
Quando anunciou a realização do mutirão, o secretário destacou o volume de procedimentos, informando que, ao longo de 2019, foram realizadas 35.701 cirurgias eletivas e, agora, num intervalo menor de tempo, esse número deverá ser superado, alcançando 53.229 procedimentos em 22 especialidades.
Questionado na última sexta-feira (17) sobre o tamanho da fila de espera para a realização de procedimentos cirúrgicos no Estado, o o titular da pasta da Saúde disse que o levantamento que vai apontar as demandas dos capixabas será divulgado nesta semana.
De acordo com dados apresentados em julho, além de ortopedia, ginecologia e oftalmologia, as especialidades médicas para os procedimentos são: cirurgia geral, vascular, urologia, otorrinolaringologia, proctologia, oncologia, cardiologia, aparelho digestivo, cirurgia torácica, cabeça e pescoço, bucomaxilofacial, neurocirurgia, plástica reparadora, bariátrica, mastologia e fenda palatina.
Durante o atendimento ao paciente cirúrgico, serão disponibilizadas cerca de 150 mil consultas porque a previsão é de que cada um deles tenha em média três consultas, como as de pré-cirurgia, pós-cirúrgica, consulta cardiológica e anestésica.
Serão disponibilizados ainda 250 mil exames, contemplando os pré-operatórios relacionados ao procedimento cirúrgico, sendo em média cinco exames por paciente. Os atendimentos serão realizados em hospitais da rede própria e em unidades contratadas.
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