268.425 mil testes rápidos de dengue chegaram ao Espírito Santo nesta quinta-feira (30). O material, que será distribuído para as cidades capixabas na sexta (31), foi enviado pelo Ministério da Saúde para apoiar no diagnóstico e auxiliar na identificação precoce dos casos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Essa é a primeira vez que o Estado recebe os materiais do governo federal, devido à alta incidência de casos da doença neste ano.
Até o início da tarde desta quinta (30), 25.507 notificações foram expedidas e 3.407 casos foram confirmados este ano entre os capixabas. Oito mortes estão em investigação.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o teste rápido de dengue NS1 é um exame que detecta a presença do antígeno NS1, uma proteína do vírus da dengue, no sangue. O teste é realizado por meio de uma coleta de sangue e o resultado fica pronto em cerca de 15 minutos. O teste é mais sensível nos primeiros dias da infecção, quando o vírus se replica mais ativamente. Por isso, é recomendado fazer o exame até o quinto dia após o início dos sintomas.
“Para ter um teste de forma mais efetiva, é importante que seja feito na janela correta. Mesmo com o teste rápido, é importante que a unidade de saúde colha amostras de sangue dos pacientes e remetam ao Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo) para que seja feito o diagnóstico diferencial, pois pode negativar para dengue, mas ser positivo para Oropouche e outras arboviroses”, destaca o subsecretário de Estado da Saúde, Orlei Cardoso.
O Espírito Santo está entre os seis Estados com risco de aumento na incidência de casos de dengue em 2025, conforme apontam modelagens feitas pelo InfoDengue. O principal fator que justifica o aumento previsto é a continuidade do fenômeno El Niño, que pode intensificar condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito transmissor da doença.
O teste rápido é uma terceira opção para o diagnóstico de dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo da medida é ampliar a identificação precoce dos casos, especialmente em municípios distantes e com acesso limitado a serviços laboratoriais. O SUS já conta com os exames de biologia molecular e o teste sorológico, ambos disponíveis nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).
Se o teste der positivo: significa que existe a presença do vírus da dengue no organismo. O teste também pode apontar a presença de febre amarela e febre do nilo, que são outros vírus da mesma família. Mas, como o Espírito Santo não tem muitos casos de febre amarela, o teste rápido é visto como eficaz contra a dengue.
“Como não temos casos de febre amarela, no momento, o teste pode ser um ótimo aliado no combate à dengue, porque dá positivo em 10 minutos. Pode melhorar o atendimento ao paciente, uma vez que ele e a equipe de saúde sabem que tem dengue e os cuidados que precisam ser tomados”, destaca a médica infectologista Rúbia Miossi.
Se o teste der negativo: pode ser outra arbovirose (doenças virais transmitidas por insetos e aracnídeos), como zika, chikungunya ou oropouche.
A recomendação é que o teste rápido seja realizado entre o primeiro e o quinto dia após o início dos sintomas de dengue. Os infectologistas avaliam que a grande vantagem do uso do teste rápido é que ele pode ser feito logo nos primeiros dias da doença e aponta se é dengue ou outra arbovirose.
Além de apontar a existência de outras doenças, um resultado negativo para dengue no teste rápido não exclui esse diagnóstico e pode ser necessário fazer exames adicionais para diagnosticá-la, como a pesquisa do genoma viral por RT-PCR e sorologias por ELISA.
A necessidade de outro exame deve ser definida com base no quadro clínico, nos resultados de exames inespecíficos, como hemograma com contagem de plaquetas, e na situação epidemiológica local.
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