O governo do Espírito Santo formalizou oficialmente a recomendação para que os municípios capixabas suspendam as comemorações de carnaval de rua, além de grandes eventos e shows. A sugestão ocorre em um cenário de aumento expressivo na curva de casos da Covid-19, provocado pela variante Ômicron.
A posição do governo sobre a questão foi divulgada nesta segunda-feira (17) pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva de imprensa. Ele pediu que, caso alguma cidade resolva promover grandes festas, apresente "fundamentos epidemiológicos" para sustentar uma decisão que, segundo Nésio, não seria adequada.
Como trata-se de uma recomendação, caberá aos prefeitos avaliarem como ela será aplicada em cada município.
Não foi detalhado, porém, se a recomendação é válida apenas para o carnaval de rua ou também para o Carnaval de Vitória, realizado no Sambão do Povo, e que foi confirmado recentemente pela Prefeitura de Vitória.
A Gazeta questionou a Secretaria de Estado da Saúde a esse respeito, mas a pasta apenas encaminhou o ofício com as recomendações, que não mencionam especificamente o desfile das escolas de samba.
O secretário afirmou ainda que as medidas que atualmente estão sendo tomadas pelo Estado visam reduzir o impacto do coronavírus, diminuir o contágio entre pessoas e romper a cadeia de transmissão, evitando que o sistema de saúde entre em uma "situação crítica".
A decisão de recomendar a suspensão dos eventos acontece 12 dias após o secretário de Saúde informar que reuniria as lideranças municipais em uma "agenda de avaliação de risco". A ideia era classificar a segurança dos eventos considerando o risco da variante Ômicron. À época, Nésio Fernandes afirmou que a cobertura vacinal era insuficiente para enfrentar a nova variante.
Para ele, o crescimento dos casos de Covid-19 pode ser controlado caso o Espírito Santo avance em dois pontos: garantia de testagem em massa e cobertura vacinal. As duas ferramentas foram citadas pelo secretário várias vezes durante sua fala, ressaltando que o Estado tem capacidade para garantir mais testes aos capixabas e pedindo que as pessoas concluam o ciclo vacinal, sem atrasos em segundas ou terceiras doses.
Além de recomendar a suspensão de grandes eventos, Nésio sugeriu que os eventos menores, em casas de show e boates, por exemplo, fiscalizem a circulação de pessoas a adotem "extrema disciplina". O secretário sugeriu a exigência do passaporte de vacinação e de testes negativos.
O secretário afirmou que o Espírito Santo vive um momento de aceleração da curva de casos e a quantidade de registros deve ser maior do que o observado em ondas anteriores na pandemia de coronavírus. Apesar do aumento de pessoas infectadas, a nova fase da doença no Estado não deve elevar o número de mortes a um patamar similar ao de 2020 e 2021. O "ponto máximo" da expansão de casos deve ocorrer em três semanas, se acordo com Nésio Fernandes.
A ocupação de leitos alcançou estabilidade nos últimos quatro dias, informou o secretário. Apesar do crescimento na ocupação, o Estado tem possibilidade de ampliar a oferta de leitos de enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva.
"Em três semanas, podemos viver o ponto máximo da expansão da curva de casos. Esperamos viver a partir de fevereiro uma recuperação. A repercussão de óbitos não deve alcançar o que já vimos antes, quando não tínhamos uma cobertura vacinal suficiente. A característica da nova onda deve impactar o sistema ambulatorial, com aumento na procura por testes e atestados de trabalho", afirma.
O secretário reforçou o pedido para que a população capixaba se vacina e complete o ciclo vacinal, sem que haja atraso na segunda ou terceira doses. Lembrou que o público infantil começou a ser imunizado nos últimos dias, o que deve garantir ainda mais proteção.
Algumas cirurgias eletivas podem ser suspensas caso haja necessidade de atendimento a pacientes com Influenza ou Covid-19. Mas o secretário afirmou que o Estado não avalia a possibilidade de suspender todos os procedimentos.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta