A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) emitiu nota de alerta sobre casos de meningite meningocócica do tipo C no Espírito Santo. De janeiro de 2021 até 1º de fevereiro de 2022, foram confirmados 10 casos e três mortes provocadas pela doença. O documento aponta que os números preocupam diante dos riscos de transmissão e da possibilidade de quadros mais complexos da inflamação nas meninges - membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
"Desta forma, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/ES) emite esta nota de alerta para profissionais de saúde de todo o Estado, bem como a nota técnica 02/2022 que informa sobre as condutas a serem adotadas diante do atendimento de casos suspeitos de meningite meningocócica do tipo C", diz um trecho do documento.
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Alerta sobre casos de meningite no Espírito Santo
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São considerados casos suspeitos da doença crianças a partir de um ano e adultos que apresentem um quadro de febre alta, dor de cabeça, vômitos em jato, rigidez da nuca e outros sinais, como convulsões e manchas vermelhas pelo corpo.
A meningite meningocócica pode levar à morte em poucas horas a partir do aparecimento dos primeiros sintomas e, mesmo os que sobrevivem, podem ter sequelas da doença como surdez.
Em geral, a transmissão ocorre nas vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta, mas a meningite do tipo C é uma doença prevenível e a principal medida é a vacinação. O imunizante está disponível no calendário do SUS - meningocócica C conjugada - que deve ser aplicada nos bebês aos 3 e 5 meses, mais um reforço aos 12 meses.
Nesta terça-feira (8), a pasta publicou uma nota técnica informando acerca dos protocolos a serem cumpridos diante de casos suspeitos de meningite meningocócica do tipo C.
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Nota técnica com protocolos para casos de meningite
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O QUE É?
Meningite meningocócica do tipo C (Meningite C) é um tipo de meningite causado pela bactéria Neisseria meningitidis (bactéria gram-negativa em forma de coco).
Esta doença pode acometer em qualquer idade. Entretanto, é mais frequente em crianças menores de 5 anos.
No Brasil, o sorotipo mais comum encontrado dos casos de meningite bacteriana é o C, correspondendo a mais de 60% dos casos.
COMO A MENINGITE TIPO C É TRANSMITIDA?
A doença meningocócica do tipo C pode ser transmitida através do contato direto com secreções provindas da fala, tosse, espirro e beijos ou, ainda, fezes do paciente contaminado.
Porém, nem todos que adquirem o meningococo ficam doentes, se comportando como portadores.
QUAL O PERÍODO DE INCUBAÇÃO DA DOENÇA?
Em geral, de 2 a 10 dias.
A sua transmissibilidade persiste até que o meningococo desapareça da nasofaringe que, normalmente, pode ser eliminado em até 24h de antibioticoterapia adequada.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DOENÇA?
Febre alta;
Dor de cabeça;
Rigidez de nuca;
Manchas vinhosas grandes ou pequenas na pele;
Confusão mental;
Dor de garganta;
Vômitos/náuseas (nem sempre, inicialmente);
Sonolência;
Dificuldade para acordar;
Dor nas articulações;
Irritação;
Fotofobia (sensibilidade à luz);
Cansaço;
Falta de apetite.
COMO DIAGNOSTICAR?
A doença pode ser confirmada por meio de exames, incluindo exames de sangue e PCR, neste caso, para as meningites bacterianas.
COMO A DOENÇA É TRATADA?
Em geral, é tratada com antibióticos.
No caso das crianças, o tratamento geralmente é feito com Penicilina, Ampicilina ou Ceftriaxone.
Já quando a pessoa é adulta, o tratamento recomendado é a Ceftriaxone.
Na suspeita de meningococo resistente a penicilinas, é possível a associação com Vancomicina.
COMO PREVENIR?
A doença é prevenida por meio devacina.
As opções de imunizantes contra a Meningite Meningocócica tipo C disponíveis no Brasil são: a “meningogócica C conjugada” (disponível no Sistema Único de Saúde) e a “meningocócica conjugada ACWY” (apenas em clínicas particulares).
O esquema vacinal sugerido é de duas doses aos 3 e 5 meses, além de um reforço aos 12 meses que poderá ser aplicado até os quatro anos. Além disso, também está indicada para adolescentes de 12 a 13 anos.