As festas de fim de ano, classificadas como "inadequadas" pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, já impactam os números da Covid-19 no Espírito Santo. Houve um aumento de 30% no número de testes positivos para a Covid-19, conforme informado em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (5). Ou seja, em comparação com o período anterior ao Natal, cresceu o número de pessoas com a doença. Há também a percepção de aumento na procura pelos testes.
Na avaliação do secretário, as interações promovidas pelas festas devem tornar predominante no Estado a circulação da Ômicron - mutação recém-classificada pela Organização Mundial da Saúde como variante de preocupação.
O secretário explica que há uma "sobreposição perigosa" da Covid-19, com uma transição de predominância da Delta para a Ômicron - as duas são variantes de preocupação. Isso quer dizer que os casos da variante mais recente devem ser cada vez mais registrados. As festas e aglomerações, segundo Nésio Fernandes, são responsáveis por uma predominância futura da Ômicron.
Em resposta à reportagem de A Gazeta, a Secretaria de Estado da Saúde lembrou que a variante Ômicron já foi detectada no Espírito Santo, mas ainda não há dados para afirmar que a mutação é predominante no território capixaba.
O secretário afirma ainda que as festas e aglomerações devem ter favorecido a interiorização da circulação da Influenza em outros municípios. Observa que o risco de contaminação pela Influenza pode ter crescido em cidades que ficam distantes da Região Metropolitana. Atualmente o Estado vive um cenário de epidemia da gripe.
Nésio chamou atenção para o Sul capixaba, dizendo que houve "incremento na demanda" por atendimento nas últimas 24 horas.
O aumento da proliferação da Influenza e do novo coronavírus está ligado ao que o secretário chamou de "redução da percepção de risco". A classificação está relacionada aos cuidados com a saúde.
"A população tem expressado uma redução da percepção de risco. Quando não há um alto nível de percepção de risco, a população não dá relevância aos sintomas, acaba não procurando a testagem, o que gera complexidade na notificação e falta de conhecimento do cenário de pandemia", afirma.
Em caso de qualquer sintoma gripal, o governo do Estado sugere que o indivíduo procure atendimento médico para realização da testagem. O uso de máscara de proteção continua obrigatória em todo o Espírito Santo.
Durante a coletiva de imprensa, o secretário destacou um aumento na média móvel de mortes nos últimos dias. Segundo números do governo do Estado, a média foi de 2,8 mortes por dia para 3,4 mortes a cada 24 horas.
Até esta quarta-feira, o Espírito Santo já registrou 13.337 óbitos em decorrência da Covid-19. São mais de 630 mil casos da doença.
Apesar do alerta epidemiológico, Nésio Fernandes garantiu que o Estado opera leitos de UTI e enfermagem com situação de normalidade. Ainda não há aumento significativo, conforme divulgado pelo secretário. O aumento de casos positivos e crescimento da média móvel de mortes ainda não refletem em uma ocupação preocupante dos leitos.
Dados do Painel Covid-19 mostram que o Estado tem atualmente uma ocupação de 55,65% dos leitos totais disponíveis para pacientes com Covid-19. Isso quer dizer que 55 a cada 100 leitos estão ocupados no Espírito Santo, reunindo enfermaria e UTI.
O cenário de ocupação de leitos ainda opera com normalidade, como apresentado pelo secretário. Durante a coletiva de imprensa, Nésio Fernandes disse que o Estado deve antever cenários ruins. Nesta quarta-feira, ele anunciou que haverá uma ampliação de 300 novos leitos de UTI e enfermaria para tratar pacientes de Covid-19 e Influenza.
O "cenário de maior complexidade" pode acontecer, de acordo com o secretário, nas próximas semanas.
O avanço da variante Ômicron do novo coronavírus pode comprometer a realização do carnaval em 2022 no Espírito Santo. O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, afirmou que há uma "agenda de avaliação de risco" com os municípios capixabas para discutir o cenário do mês de fevereiro, quando aconteceria o carnaval, tanto no Sambão do Povo quanto na rua, em cidades do litoral. De acordo com Nésio, a cobertura vacinal é insuficiente para enfrentar a nova variante de risco. O secretário, no entanto, não citou prazo para uma tomada de decisão.
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