O Espírito Santo registrou a menor média móvel de mortes provocadas pela Covid-19, referente aos últimos 14 dias, desde outubro de 2020. O indicador chegou a 9,43, uma queda de quase 38% em comparação ao período anterior, cuja média foi de 15,14.
Em outubro registrou-se a cava entre as duas ondas de transmissão da Covid-19 no Espírito Santo. Na semana epidemiológica do dia 23 daquele mês, a média móvel ficou em 8,6.
O momento mais crítico da pandemia no Estado foi entre março e abril de 2021, com patamares sempre elevados de mortes, e pico de 75,4 óbitos na média móvel da semana de 19 de abril. Nesse dia exatamente, 89 pessoas morreram em decorrência da infecção pelo Sars-Cov-2 (coronavírus).
Pablo Lira, diretor de integração do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), estima que julho vai terminar com uma queda de 42% no número de óbitos em um comparativo com junho, consolidando três meses seguidos de redução. O Estado tem hoje 38 municípios que não registram, há pelo menos duas semanas, mortes por Covid-19.
Ele aponta ainda que o Espírito Santo alcançou 17 semanas seguidas de queda no número de casos confirmados e 15 na quantidade de mortes por Covid-19, como consequência das medidas mais restritivas da quarentena implementada a partir de março e da expansão da oferta de leitos, superior a 500% entre abril de 2020 e de 2021, que impediu o colapso no sistema de saúde e, consequentemente, a piora nos indicadores de óbitos. A taxa de ocupação de leitos hoje no Estado encontra-se em 54%, indicador que, segundo a Fiocruz, representa um alerta baixo.
Pablo Lira ressalta ainda a cobertura vacinal do Espírito Santo, que tem 62% da população adulta com pelo menos a primeira dose (D1). No ranking nacional, o Estado apresenta-se em quarto lugar.
O diretor do IJSN destaca ainda outro dado importante: o Espírito Santo aparece com a menor incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) do país, na semana de 4 a 17 de julho, também conforme dados da Fiocruz. Com 3 ocorrências a cada 100 mil habitantes, o Estado foi classificado no nível epidêmico, o segundo mais baixo numa escala de cinco categorias.
Em um cenário de boas notícias, o crescimento da taxa de transmissão da Covid-19 não chega a atrapalhar. Os indicadores de Estado, Grande Vitória e interior ficaram todos acima de 1, quando o ideal é permanecer abaixo, na semana epidemiológica de 2 julho. Contudo, Pablo Lira observa que, com a redução de casos e mortes registrada agora, as taxas voltarão a cair.
"Essas taxas tendem a apresentar redução abaixo de 1 na semana epidemiológica de 9 de julho, conforme os dados de casos confirmados e de óbitos", reforça.
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