O Espírito Santo registrou o menor ritmo de transmissão (Rt) da Covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020, como apontam dados divulgados por Pablo Lira, diretor do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) nesta sexta-feira (11). Atualmente, o indicador está em 0,3, o que significa dizer que dez pessoas infectadas repassam o vírus para apenas outras três.
Os dados são referentes ao mês de fevereiro e retratam a clara retração da pandemia da Covid-19 no Espírito Santo, depois de o Estado ter passado pelo pico de óbitos em decorrência da doença. Em 14 de janeiro, o Estado chegou ao maior Rt de todo o curso da pandemia, que estava em 3,75.
A redução também é observada nos recortes regionais. Na Grande Vitória, o ritmo de transmissão - que já foi de 3,57 em meados de janeiro - chegou a 0,28. Já no interior do Estado, onde o Rt chegou ao patamar de 4,25 na metade do primeiro mês de 2022, está agora em 0,32.
Por conta do avanço da variante Ômicron, várias cidades do Espírito Santo cancelaram a programação de festas de carnaval. Mesmo assim, durante o período do feriado, foram observadas várias festas irregulares - que chegaram a ser interditadas pela Polícia Militar - e aglomerações. Segundo Pablo Lira, porém, isso não deve ter um impacto significativo na redução dos indicadores da pandemia.
"Pelo ritmo das diminuições, podemos constatar que o Estado se encontra em um momento com uma redução consolidada de casos confirmados e óbitos por Covid-19. Caso ocorra um impacto devido às aglomerações de carnaval na janela de 28 dias, provavelmente esse ocasionará uma flutuação nos indicadores. Considerando o atual diagnóstico da pandemia no ES, acredito pouco provável de ocorrer uma mudança significativa nas tendências de redução", disse.
O diretor do IJSN ainda apontou que a flutuação dos indicadores trata-se de uma desaceleração no ritmo de diminuição de mortes, casos e do ritmo de transmissão. Isso, portanto, não teria um impacto significativo nestes indicadores. Pablo Lira relembra, porém, que a pandemia da Covid-19 ainda não acabou.
"Nesse sentido, o ES deverá seguir nas próximas semanas com redução de casos e óbitos por Covid-19. Vale ressaltar que a pandemia não acabou. Devemos continuar ampliando a vacinação e seguindo os protocolos de prevenção para reforçar o controle da pandemia", destacou.
O mês de março registrou, até esta quinta-feira (10), 68 mortes em decorrência da Covid-19, conforme o levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves. Isso, segundo Pablo Lira, indica que haverá uma redução significativa no número de óbitos causados pela doença ao final do mês.
"O Espírito Santo chegou no dia 10 de março com 68 óbitos por Covid-19. Tudo indica que, ao final deste mês de março, será confirmada uma forte redução nas mortes pela doença no território capixaba", destacou.
Essa redução também impacta diretamente em outro fator importante para o entendimento da pandemia no Estado: a média móvel de mortes. Os dados do IJSN revelaram que, no período dos últimos 14 dias, o Estado teve sete mortes de média, que é similar ao observado antes da quarta onda.
A média móvel de mortes em 14 dias foi de 7,29 óbitos. No período anterior, foi de 18,64.
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