A infecção do novo coronavírus tem avançado rapidamente entre uma categoria essencial neste momento de combate à nova doença. O Estado já tem 507 profissionais da saúde infectados pelo vírus, segundo o Painel Covid-19, da Secretaria de Estado de Saúde. O número equivale a quase 28% das 1.819 pessoas com o contágio confirmado.
Em dois dias, o número de médicos, enfermeiros, assistentes e auxiliares de enfermagem, além de outros funcionários que atuam no setor, cresceu 34,31%. Foram 201 novos registros em comparação com a última sexta-feira (24), quando eram 306 ocorrências.
Vila Velha apresenta o maior número de registros, com 141 casos. Vitória vem em seguida com 130 trabalhadores entre os diagnosticados. Depois aparece a Serra com 128 infecções.
De acordo com o painel, 378 profissionais, entre os 507 infectados, são mulheres. A maioria tem entre 20 e 39 anos (304). A segunda faixa de idade mais atingida é de 40 a 49 anos (126). Em seguida aparece o grupo de 50 a 59 anos (65). Dez profissionais têm entre 60 e 69 anos e um tem 89 anos.
Dos casos confirmados, 505 passaram por exames laboratoriais para ter a doença diagnosticada. Já outros dois passaram por análise clínico-epidemiológica. O boletim ainda mostra que 89 deles têm comorbidades, como doenças cardiológicas (42), diabetes (19), obesidade (7), problema pulmonar (15), tabagismo (5) e renal (1).
Para o presidente do Sindicato dos Médicos, Otto Baptista, o que tem contribuído para o número de profissionais da saúde infectados crescer é o fato de que eles estão na linha de frente do contágio. A preocupação é que eles acabam levando o vírus de dentro do hospital para fora, como para suas famílias, por exemplo.
"É nesse momento que percebemos a contaminação domiciliar. Fica o questionamento de onde estão os profissionais afastados. Estão em quarentena? Internados? Esse número já mostra um colapso. O número mostra também realidade do excesso de trabalho dos profissionais, que não estão tendo rodízio nas escalas. Fica a minha reivindicação: a responsabilidade do Estado em dar melhores condições de trabalhos, como os equipamentos de proteção individual, que já falta em alguns hospitais", afirmou.
Indagado sobre os números de profissionais infectados, a Secretaria de Estado da Saúde respondeu, por meio do subsecretário de Regulação e de Organização da Atenção à Saude, Gleikson Barbosa, que os trabalhadores têm qualificação para se protegerem. Porém, ele afirmou que, mesmo com treinamento e disponibilização de equipamentos de proteção individual para todos, os médicos , enfermeiros, auxiliares e outros integrantes as unidades de saúde continuam na linha de risco pelo contato direto com infectados.
"Todas as unidades têm os equipamentos necessários disponíveis e a escala continua sendo a mesma de sempre. Mas, infelizmente, os profissionais da saúde são porta de entrada do vírus. É um risco", comentou.
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