Rim, fígado, coração, pâncreas, ossos, córnea e pulmão são os órgãos que podem ser doados. E, no Espírito Santo, 2.038 pacientes aguardam um transplante, de acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Porém, a transplantação só acontece quando o paciente atende a critérios do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), do Ministério da Saúde.
O SNT atende em âmbito nacional e supervisiona todas as listas — inclusive as estaduais — em parceria com outros órgãos de controle federal. Isso evita o surgimento de listas diferentes e o posicionamento incorreto de pacientes. No Brasil, a fila do transplante é única, englobando pacientes da rede pública e privada.
O funcionamento dessa seleção gerou dúvidas depois da rapidez com que o apresentador Fausto Silva passou por um transplante de coração no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, neste domingo (27). Faustão havia sido diagnosticado com um quadro de insuficiência cardíaca grave e recebido indicação para o procedimento no último dia 20, cerca de uma semana antes do procedimento.
Do total de pacientes à espera de um órgão no Espírito Santo, três aguardam por um coração, 13 por um fígado, 1.052 por um rim e 970 por córneas, de acordo com registros da Sesa até esta segunda-feira (28).
Com relação aos transplantes realizados em 2023, de janeiro a agosto, o Espírito Santo contou com 51 doadores efetivos. Foram captados 143 órgãos, sendo 80 transplantes realizados no Estado (45 de rim, 34 de fígado e 1 de coração). Quando não há compatibilidade com os pacientes listados aqui, conforme informações da Sesa, o órgão é ofertado a pacientes de outros Estados.
O Estado segue a regra do Ministério da Saúde e, por isso, essas pessoas, para receberem o órgão que acabou de estar disponível, precisam estar aptas a passar pela cirurgia. A Central de Notificação, Captação e Doação de Órgãos (CNCDO) que atua aqui é a responsável por toda a comunicação e gerenciamento junto ao sistema nacional.
Além da aptidão para realizar a cirurgia, conforme critérios técnicos, o SNT e sistemas de controles federais avaliam também a gravidade da situação dos pacientes. A análise é feita a partir dos critérios pré-determinados e estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Por isso, em alguns momentos, uma pessoa que está em outra posição na lista recebe antes de quem está na primeira colocação.
Os locais que fazem transplantes no Espírito Santo são:
Além da gravidade, para identificar quem será o receptor — como é chamado quem recebe o órgão — também é avaliada a compatibilidade com o tipo sanguíneo, altura e peso.
Caso não seja compatível, mesmo que esteja na primeira posição, a pessoa não recebe o órgão. É necessário ainda estar em boas condições de saúde para passar pela cirurgia.
“Há cruzamento entre os dados de doador e receptor, que apresenta as dez opções mais compatíveis com o órgão. Eles não são identificados pelo nome para evitar favorecimento, somente pelas suas iniciais e números. O laboratório refaz os exames e realiza outros novos com material armazenado desse receptor. Nesse momento, o receptor ainda não é comunicado”, informou a Sesa, em nota.
Somente depois que o médico do paciente que está na fila informar que ele está apta para passar pelo transplante, é que será comunicado sobre a realização da cirurgia.
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