De acordo com dados atualizados neste domingo (5) do Painel Covid-19, que vem sendo divulgado pelo Governo do Estado desde o início da pandemia, há 354 casos confirmados de gestantes que contraíram a doença causada pelo novo coronavírus no Espírito Santo. Deste número, 81 mulheres foram contabilizadas enquanto estiveram no primeiro trimestre da gravidez, 133 no segundo trimestre, 119 no terceiro semestre e 21 casos tiveram idade gestacional ignorada.
Com o total de casos entre grávidas, a reportagem de A Gazeta conversou com especialistas para entender quais cuidados as mulheres nesta condição devem ter para não contraírem a Covid-19, e que medidas podem ser tomadas para evitar que a doença evolua. De acordo com o infectologista Lauro Ferreira Pinto, as gestantes não apresentam riscos maiores de infecção em relação a outras pessoas. "A gravidez por si só não é indicativa de grupo de risco para esta doença", afirmou.
Apesar disso, o médico explicou que o final da gestação deve ser observado com maior cautela. "Até onde a gente sabe, não há muitos estudos publicados sobre algum risco maior de gestantes serem infectadas pela Covid, como existe, por exemplo, com a gripe. O próprio caso da H1N1 apresentava um risco maior para este grupo", disse.
No mesmo sentido, a médica infectologista Polyana Gitirana frisou que a gestação, por si só, não é fator de risco para a Covid-19. "Devem-se ter cuidados pela própria gestação, mas é diferente da influenza. Os cuidados são os mesmos da população em geral, com higienização frequente e uso de máscaras", pontuou.
De acordo com Lauro, qualquer doença respiratória traz maiores preocupações nos últimos meses gestacionais. "A mulher respira com mais dificuldade nesta fase. De maneira geral, o sistema de saúde tem mais cuidado com as grávidas. Outra observação é para quando nasce o neném, em que não deve haver restrição à amamentação. Se já deu à luz e tem Covid, a mãe deve amamentar de máscara", finalizou.
Por outro lado, Gitirana afirma que benefícios podem ser observados pelas gestantes, já que desde o início da pandemia foi a elas concedido o direito ao home office, com a permanência em domicílio e possibilidade de suspensão do contrato de trabalho.
De acordo com ela, a gestação aumenta a predisposição a doenças pulmonares, devido à vasodilatação, com o aumento do fluxo sanguíneo. "A mãe respira pelo bebê também, então há sobrecarga pulmonar. Com a barriga crescendo, ela acaba restringindo um pouco o diafragma, não tem tanta expansão do tórax. Apesar disso, friso que não percebo desfechos mais graves, não há definição clara de associação entre a gravidez e o coronavírus. O que temos são cuidados especiais com as gestantes pelas condições fisiológicas inerentes ao período".
O Espírito Santo chegou aos 53.393 casos e 1.803 mortes por coronavírus (Covid-19) na tarde deste domingo (5). As informações são do Painel Covid-19, da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), que mostrou que apenas nas últimas 24 horas a doença infectou 569 pessoas e resultou em 22 óbitos.
Entre os municípios mais afetados, Vila Velha permanece como líder no ranking do Estado, com 8.643 registros da doença, seguido pela Serra (8.241), Vitória (8.100) e Cariacica (5.822). Já entre bairros, Jardim Camburi, na Capital, é o que mais tem casos confirmados de Covid-19, com 1.048 pessoas infectadas.
Com relação aos pacientes curados também houve um aumento no Espírito Santo. Ao todo, 33.839 pessoas conseguiram vencer a batalha contra o coronavírus. A taxa de letalidade no Estado é de 3,38% e, até agora, 118.678 testes para detectar a doença já foram realizados em todo o Estado.
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