O Espírito Santo já tem 70,41% dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinados a pacientes do coronavírus ocupados, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Ao todo, o Estado tem 169 vagas para tratar pacientes graves, sendo que 119 estão ocupadas e apenas 50 estão disponíveis. O dado é referente a hospitais públicos e alguns particulares.
A Sesa não especificou o número de hospitais particulares e públicos que fazem parte dos dados sobre os leitos disponíveis e ocupados atualmente.
"Temos a projeção de comprar mais leitos de UTI até dia 30 abril, totalizando 353 leitos desse tipo. Por enquanto, hospitais de campanha não estão no nosso radar, pois contamos com hospitais filantrópicos e privados. Além disso, o Espírito Santo tem hoje uma organização dos casos suspeitos e confirmados, cuidado em não misturar esses dados, o que ajuda na investigação da doença", afirmou o subsecretário de Regulação e de Organização da Atenção à Saúde, Gleikson Babosa.
No último sábado (26), o governador Renato Casagrande disse que o Espírito Santo deve contar com 813 leitos exclusivos para o atendimento de pacientes confirmados com o novo coronavírus número que é mais que o dobro dos leitos existentes .
Para o tratamento do coronavírus, o Estado conta com 433 leitos ao todo e taxa de ocupação de 57,74%. Além das vagas na UTI, são 264 na enfermaria, sendo 250 ocupados e 183 livres.
O subsecretário completou que a curva de casos diminuiu no Estado, devido a medidas adotadas pelo governo, como os pedidos de isolamento social. Mas que esse número pode aumentar se o capixaba não cumprir a quarentena.
"Estamos entrando em um período onde, naturalmente, as pessoas ficam mais gripadas e com quadros de pneumonias. Isso pode facilitar a transmissão comunitária. Por isso, pedimos para que as pessoas continuem com o isolamento social", afirmou.
O governo do Estado deve lançar nesta segunda-feira (27) um plano para garantir atendimento a todos os pacientes graves infectados com o novo coronavírus no Espírito Santo. Com o programa intitulado Leito Para Todos, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) planeja reservar leitos na rede hospitalar particular.
Em entrevista coletiva no sábado, o secretário de Estado de Saúde, Nésio Fernandes, disse que a ideia surgiu a partir de um debate com Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) em convergência com a proposta do governo estadual de aumentar o poder de compra dos serviços prestados pela rede privada de saúde.
Além disso, (a intenção) é reposicionar a rede própria direta e de incrementar a capacidade de uso da rede filantrópica de atenção ao Covid-19. Vamos lançar e determinar o projeto Leito Para Todos como garantia de acesso à atenção hospitalar a todos os pacientes graves de Covid-19, afirmou.
O nível de ocupação dos leitos destinados aos pacientes do novo coronavírus servirá para definir o funcionamento do comércio no Espírito Santo. Junto da taxa de incidência da doença, ele passa a integrar a chamada matriz de risco, a partir já dos primeiros dias de maio deste ano.
A mudança foi anunciada pelo governador Renato Casagrande, em coletiva no último sábado (25), logo após afirmar que o Estado deve dobrar o número de leitos exclusivos para pacientes da Covid-19 até o final deste mês. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros trabalham nesse novo cálculo.
"As porcentagens ainda estão sendo discutidas, vamos definir na próxima semana (de 26 de março a 1 de maio). Nós já temos uma ideia, mas é importante ter muita clareza antes de passar uma taxa máxima de ocupação dos leitos", disse o governador Renato Casagrande.
Enquanto isso, até o dia 3 maio, os estabelecimentos comerciais não essenciais deverão estar fechados nas cidades consideradas de alto risco para a transmissão do novo coronavírus: Vitória, Vila Velha, Cariacica, Serra, Viana, Alfredo Chaves, Fundão e Bom Jesus do Norte as duas últimas que passaram a integrar o grupo nesta semana. O governador Renato Casagrande anunciou que o comércio na Grande Vitória deverá ser reaberto no dia 4 de maio.
A variação entre a abertura e o fechamento do comércio deve permanecer mesmo com o novo modelo. Do mesmo jeito que a gente permite, também poderemos voltar atrás, se tivermos um agravamento da situação. Será um sistema flexível e reversível, assim como o atual, adiantou Casagrande.
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