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ES tem alta de incêndios em vegetação; infográfico mostra velocidade dos casos

ES tem alta de incêndios em vegetação; infográfico mostra velocidade dos casos

Até julho deste ano, o Espírito Santo registrou 1.864 casos de queimadas; tempo seco e força dos ventos são alguns motivos para as ocorrências

Publicado em 2 de setembro de 2022 às 08:03

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Ludson Nobre
Repórter / [email protected]

O Espírito Santo registrou 1.864 casos de incêndio em vegetações, de janeiro a julho deste ano. Comparado com o mesmo período do ano passado, quando houve 1.729 casos, o aumento é de 7%, de acordo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). Entre as causas para esse crescimento nas queimadas, segundo especialistas, estão o tempo seco, provocado pela falta de chuvas nesta época do ano, e a velocidade dos ventos.

Com base no Mapa Monitor de Secas, a partir de julho houve a intensificação da seca no Estado, que passou de fraca para moderada no Centro e na parte Sul capixaba, em função dos indicadores climáticos. O monitoramento é feito pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

A explicação para o aumento das queimadas neste período, segundo o coordenador de Meteorologia do Incaper, Hugo Ramos, é que estamos em uma época do ano com meses menos chuvosos e de baixa umidade relativa do ar.

De acordo com o Incaper, em dias com pouca cobertura de nuvens, os índices de umidade podem atingir valores críticos, ficando abaixo dos 30% - o ideal gira entre 40% e 70%.

"Outro fator é que a velocidade dos ventos ganha um pouco mais de força em função das características dos movimentos da atmosfera nesta época. Com essas condições, aumenta o risco de incêndios, tanto de natureza espontânea quanto aqueles provocados em ações de manejo, que algumas vezes tornam-se incontroláveis”, destacou Hugo Ramos. 

Ainda segundo o coordenador, espera-se a volta regular das chuvas e a consequente diminuição das queimadas a partir da segunda quinzena de outubro, quando normalmente se inicia o período chuvoso no Espírito Santo.

Aulas são suspensas por causa de fumaça de incêndio em Cachoeiro
Incêndio em área de vegetação em Cachoeiro de Itapemirim. (Carlos Barros)

INCÊNDIOS EM AGOSTO DE 2022

Diante desse cenário, o mês de agosto deste ano registrou incêndios em praticamente todo o Estado, nas regiões Norte, Noroeste, Sul, Central e Serrana. Na última segunda-feira (29), um incêndio de grandes proporções atingiu uma área de vegetação e destruiu cerca de 150 hectares de seis propriedades rurais em Boa Esperança e Nova Venécia.

No último dia 23, as chamas atingiram um residencial do Minha Casa, Minha Vida, em Linhares. Não havia moradores no local porque as obras estão paralisadas.

Também houve incêndio em vegetações entre os dias 17 e 21 de agosto. Um incêndio no dia 17 atingiu área próxima a uma fábrica de explosivos em um distrito de Cachoeiro de Itapemirim. Já no dia 18, também em Cachoeiro, uma área de 120 mil metros foi queimada. O fogo só foi contido no dia seguinte (19).

A madrugada do dia 20 começou com chamas às margens da BR-101 na zona rural de Anchieta. No mesmo dia, no início da manhã, em Itaguaçu, também houve incêndio em uma vegetação, que foi contido após quase 9 horas de trabalho do Corpo de Bombeiros.

Na Grande Vitória, no dia 21, motoristas flagraram, em Vila Velha, uma fumaça densa na Rodovia Leste-Oeste. A equipe dos Bombeiros foi acionada para para controlar as chamas. Também no domingo, um incêndio atingiu área de vegetação em Barra de São Francisco, no Noroeste do Estado, e também houve fogo em mata de Ibiraçu, no Norte, onde o helicóptero do Notaer foi acionado para ajudar no combate às chamas.

Helicóptero do Notaer ajuda a controlar incêndio em Ibiraçu
Helicóptero do Notaer ajuda a controlar incêndio em Ibiraçu. (Rodrigo Barbosa de Sousa)

 O ano com o maior número de incêndios em vegetações no Estado, no período de janeiro a julho, foi 2019, quando foram registradas 2.296 ocorrências, de acordo com dados da Sesp. Em 2020, durante o auge da pandemia do novo coronavírus, houve queda nas queimadas, com 740 casos. Em 2021 e 2022, a quantidade de incêndios voltou a crescer (veja abaixo).

QUANTIDADE DE INCÊNDIOS NO ESTADO

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