Em meio à epidemia de dengue, que já registrou 104.151 casos e 15 óbitos no Espírito Santo em 2024, a chikungunya também tem uma explosão de casos no Estado.
A doença, que também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, já tem um acumulado de 6.467 casos notificados neste ano, o equivalente a 78 pessoas infectadas por dia. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), uma pessoa morreu em Cariacica.
O levantamento da secretaria leva em conta o período de 31 de dezembro de 2023 até o dia 23 de março deste ano, ou seja, 83 dias. Se comparado o mesmo período, entre o fim de 2022 e março de 2023, quando 4.703 casos foram contabilizados, o aumento registrado é de 38,5%.
A médica infectologista Rubia Miossi explica que o aumento no número de casos pode estar ligado ao crescimento na proliferação do mosquito transmissor das doenças. “Quando uma arbovirose aparece, as outras também aparecem. É bom lembrar que o Aedes aegypti pode transmitir as três arboviroses de uma vez: dengue, zika e chikungunya. É possível notar que, com o aumento nos casos de dengue, mais pessoas estão procurando pelos exames, e aí acabam descobrindo as outras doenças”, aponta Rubia.
Os boletins semanais da Sesa mostram que o Espírito Santo tem cada vez mais focos do mosquito transmissor e, consequentemente, mais casos das doenças, o que liga o alerta para a população. No caso da zika, sem óbitos registrados, houve 2.613 casos notificados desde o início de 2024.
“Em virtude da epidemia da dengue estabelecida, agravos que possuem sinais e sintomas compartilhados, como a chikungunya, também possuem tendência de aumento de notificação. A Sesa esclarece, entretanto, que é necessário ainda o acompanhamento das próximas semanas para validar o cenário de chikungunya”, explicou a secretaria, por meio de nota.
Segundo a pasta, os municípios capixabas têm recebido orientações e capacitações para identificação dos casos de chikungunya, “uma vez que é uma doença que traz uma preocupação quanto à organização dos serviços, tendo em vista o período de tratamento que alguns casos demandam”, destaca a nota.
“O alerta que fica para a população, especificamente sobre a chikungunya, é que ela causa muita dor articular e pode ser incapacitante. Para alguns pacientes ela vai se tornar crônica, e aí gera um problema que faz a pessoa tomar remédios por muito tempo, e com dificuldade de retomar a funcionalidade de suas articulações”, alerta Rubia.
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas de dengue, chikungunya e zika são semelhantes. Eles incluem febre de início abrupto, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais.
A orientação do ministério é para que a população procure o serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sintomas.
“A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Evitar acúmulo de inservíveis, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água, além de receber a visita do agente de saúde, são algumas iniciativas básicas. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, coloca os seus ovos”, frisa o Ministério.
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