> >
ES tem recorde de casos e segundo maior número de mortes por Covid-19

ES tem recorde de casos e segundo maior número de mortes por Covid-19

Nas últimas 24 horas, 55 pessoas morreram por conta do novo coronavírus. O número de mortes só fica atrás do dia 22 de junho, quando o Estado registrou 59 mortes

Publicado em 28 de dezembro de 2020 às 21:45

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Números de infectados pelo novo coronavírus no interior do Espírito Santo aumentou, de acordo com os novos índices divulgados pelo Governo do Estado
Números de infectados pelo novo coronavírus bateu recorde de casos confirmados por dia nesta segunda-feira (28). (Pixabay)

Espírito Santo registrou nas últimas 24 horas o maior número de casos confirmados da Covid-19 desde o início da pandemia. Na tarde desta segunda-feira (28), o Painel Covid-19, atualizado diariamente pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), mostra que 3.517 pessoas testaram positivo para a doença em 24 horas. O painel também registra nesta data o segundo maior número de mortes por dia, com 55 óbitos por conta do novo coronavírus. Número que só não é maior que o registrado no dia 22 de junho, quando o Estado registrou que 59 pessoas perderam a vida. O Espírito Santo já se aproxima da triste marca de 5 mil mortes em decorrência da doença.

A reportagem de A Gazeta acionou a Sesa para saber se o número alto de casos positivos e de mortes das últimas 24 horas tem relação com represamento de resultados de exames. Em resposta, a Sesa disse que quanto à ocorrência dos óbitos, 83% foram registrados na última semana (do dia 22 ao dia 28) e 14% na semana entre os dias 15 e 21 de dezembro. A secretaria acrescentou que os demais 3% ocorreram em semanas anteriores ao dia 22.

Já em relação aos casos, a Sesa diz que o número é um reflexo da maior exposição da população à doença nas últimas semanas e com a ampliação da capacidade de testagem tanto do Laboratório Central (Lacen), quanto dos serviços privados, o que praticamente zera as pendências diárias de exames.

Em entrevista à reportagem de A Gazeta, a Dra. Euzanete Maria Cozer, infecto pediatra, de 50 anos, disse que aumento do número de casos já era esperado, muito em função da postura da população, principalmente dos mais jovens, nas aglomerações em praias, bares e festas. Ainda há a preocupação com a consequência das festas familiares de final de ano que aconteceram no último feriado.

"Muitos não respeitaram as recomendações. Infelizmente a população só segue regras rígidas, não valoriza as recomendações. Os cuidados devem ser redobrados no próximo feriado que se aproxima e nas férias escolares no mês de janeiro. É possível fazer um turismo consciente e com cuidados. Cada um precisa parar e refletir suas atitudes neste momento de pandemia", disse.

SECRETÁRIO FAZ THREAD NO TWITTER

No início da noite desta segunda-feira (28), o secretário Nésio Fernandes fez uma thread — uma série de posts — no Twitter sobre os números que saíram mais cedo. Ele reforça que "não há classe social e nem época do ano para a Covid-19, todos somos potencialmente vulneráveis e suscetíveis, basta viver em sociedade". 

Nésio esclareceu ainda que o Estado capixaba vive uma "franca fase de aceleração em casos, internações e óbitos", e que a secretaria e o governo do Estado têm alertado e tomado medidas. O secretário afirmou que janeiro poderá ser pior se a população não impedir a transmissão da doença por meio de distanciamento social e outros cuidados. Veja sequência abaixo.

PRAIAS CHEIAS NO FIM DE SEMANA

Com expansão dos casos positivos e óbitos no Estado, o domingo (27) foi marcado por praias cheias, em especial em Vila Velha, na Grande Vitória, conforme registros do fotojornalista de A Gazeta Vitor Jubini. Apesar de os últimos dias terem sido predominantemente nublados e com pancadas de chuva, os demais dias do ano de 2020 prometem continuar com sol e muito calor em todo o Espírito Santo, segundo a previsão do tempo.

Vila Velha, ES - Movimentação na Praia da Costa no último domingo do ano(Vitor Jubini)

De acordo com a enfermeira, pós-doutora em Epidemiologia, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e consultora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ethel Maciel, o ideal é escolher horários para ir à praia em que geralmente tenha menos gente. Para a pesquisadora, os núcleos familiares que vivem juntos podem permanecer próximos na areia, mas devem evitar contato com pessoas de outros grupos. E o que vale na água é o mesmo que vale na areia, segundo Ethel Maciel.

"Deve ser mantido o distanciamento físico das pessoas. Não temos evidências de que o vírus possa ser transmitido na água, mas é sempre bom ficar em distanciamento das outras pessoas para que não tenha problema quando a pessoa estiver, por exemplo, falando. Deve-se evitar aglomerar, ficar próximo dos outros", disse.

Da mesma forma, para o médico infectologista Lauro Ferreira Pinto, a questão fundamental nas praias não é o contágio ou não na água, mas a inexistência do distanciamento devido. "Estamos assistindo a muitos casos e a praia representa riscos pela aglomeração. A transmissão pela água salgada não acontece, mas há transmissão de vírus de pessoa a pessoa. E a aglomeração nas praias pode contribuir para a repercussão de leitos sobrecarregados. Os profissionais da saúde estão exaustos, com muito trabalho, com outras doenças também acontecendo de forma simultânea", considerou.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais