Pelo quarto mês seguido, o número de mortes em decorrência da Covid-19 diminuiu no Espírito Santo. Em agosto, foram registrados 364 óbitos — uma redução de 11,2% em relação a julho deste ano, quando 410 vidas foram perdidas para a doença causada pelo novo coronavírus.
Considerando toda a pandemia, este é o terceiro melhor cenário capixaba, ficando atrás apenas de abril (quando as primeiras mortes foram registradas) e outubro, melhor mês da fase de recuperação da segunda onda da doença no Estado. Mesmo assim, uma média de quase 12 pessoas ainda morrem por dia.
Apesar do registro de queda nas mortes por Covid-19, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, lembrou, em pronunciamento realizado na manhã desta terça-feira (31), que este indicador é o último a ser influenciado, só aumentando duas a três semanas após o início de uma nova fase de expansão da doença.
O primeiro índice impactado pelo avanço da pandemia é a quantidade de casos confirmados — que, em agosto, também apresentou queda. Durante este mês, foram divulgadas 20.045 infecções pelo novo coronavírus no Estado, praticamente 4,7 mil a menos que a quantidade registrada em julho — equivalente a uma redução de 19%.
Os dados usados nesta reportagem de A Gazeta consideram as atualizações diárias do Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Ou seja, os 364 óbitos de agosto foram divulgados ao longo deste mês, mas não necessariamente se referem àqueles que aconteceram nos últimos 31 dias.
Por exemplo: no dia 1º de agosto foram divulgadas três mortes em 24 horas. Todas foram contabilizadas como sendo de agosto. Porém, é possível que alguma faça referência a uma morte que aconteceu em julho, mas só foi notificada no dia 1º. A mesma estratégia é adotada em relação aos casos confirmados.
Apesar das quedas registradas em agosto, o secretário Nésio Fernandes alertou que o Espírito Santo vive sob um "alerta epidemiológico". "Estamos identificando um aumento sustentado da procura de pacientes respiratórios, em especial na Grande Vitória, mas também em diversos municípios do interior", revelou.
Segundo ele, a demanda dos últimos quatro dias é a mais alta desde abril. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontavam uma média de cinco a seis pacientes que precisavam de internação por dia. Porém, neste período mais recente, essa quantidade aumentou, chegando a 11 e até 18 por dia.
Soma-se a isso, outro fator de preocupação: a predominância das variantes Gama (P1) e Delta (indiana) no Estado. A primeira, segundo o secretário, aumenta o risco de casos graves e mortes na população jovem. Já a segunda é mais transmissível e resistente. Além de ter maior carga viral.
Para tentar frear novas ondas da Covid-19 no Espírito Santo, Nésio Fernandes já afirmou que pode haver mudanças na gestão de risco implementada pelo governo do Estado. Há também empenho para ampliar a vacinação, que já contou com três dias de mutirão na última semana.
Atualmente, cerca de 167 mil pessoas estão com o esquema vacinal em atraso, porque não voltaram para tomar a segunda dose. Além da imunização delas, o Estado quer vacinar adolescentes sem comorbidade e iniciar a aplicação da dose de reforço em idosos com mais de 70 anos em setembro.
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