Um dos sete óbitos registrados nesta quarta-feira (29) pela Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) é de um detento de 78 anos, que cumpria pena na Penitenciária Média I de Viana.
De acordo com a neta do homem, que não quis se identificar, o avô, que se chamava Rafael Pires, cumpria pena desde 2014 por homicídio, um crime que aconteceu na própria família. Ela afirma que a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) foi negligente com o caso.
"Queríamos que ele tivesse saído antes porque, pra gente, foi caso de legítima defesa. Meu avô morreu hoje, dia 29 de abril, e ganhou o direito a prisão domiciliar no dia 18 de abril. Naquele dia, ele foi levado por agentes penitenciários para o hospital, e não nos avisaram absolutamente nada", disse.
A mulher afirma que entrou em contato com a corregedoria da Sejus, que negou qualquer negligência com o detento. "Deixaram ele no Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, na Serra, sem qualquer identificação. O hospital disse que ele estava com caso avançado de pneumonia e morreu por complicações da Covid-19", completou a neta.
Acionada pela reportagem de A Gazeta, a Sejus afirma que o interno, de 78 anos, cumpria pena em prisão domiciliar, e que realmente estava internado no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves desde o dia 18 de abril.
"A Sejus ressalta que o interno era idoso, com diversas comorbidades. Esteve detido, desde dezembro de 2014. Antes de ter o direito de prisão domiciliar atendido, ele era assistido pela equipe de saúde do sistema prisional, que o encaminhou para atendimento hospitalar", disse em nota.
A secretaria finalizou dizendo que ele não apresentava sintomas do Covid-19 enquanto foi assistido pela equipe de saúde do sistema prisional. "A Sejus ressalta que as ações desenvolvidas no sistema prisional seguem o estabelecido pela Lei de Execuções Penais e que todas as informacoes sobre o quadro de saúde do interno foram repassadas à família", finalizou.
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