O Espírito Santo conseguiu aplicar duas doses de vacina em 100% dos idosos, formando uma importante barreira contra o coronavírus nesse público, que é mais vulnerável aos casos graves de Covid-19. Contudo, o desafio de levar a vacinação a todos os capixabas ainda é grande: 1,3 milhão de pessoas ainda não tomaram o imunizante ou receberam apenas a primeira dose - o que representa uma proteção incompleta contra o SARS-CoV-2.
A chegada da variante Ômicron ao Brasil, aliada às aglomerações registradas no fim do ano, provocam uma quarta onda de casos de Covid-19. O número de infectados se multiplicou e mais que dobrou a quantidade de pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva no Espírito Santo. A recomendação de infectologistas e do secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, é no sentido de completar os esquemas vacinais pendentes, evitando a evolução de quadros graves da Covid.
Em avaliação feita durante pronunciamento na segunda-feira (10), o secretário classificou a ampla vacinação de idosos como uma "fortaleza" no combate à Covid-19 no Estado. A terceira dose, que está disponível ao público com mais de 60 anos desde setembro de 2021, foi aplicada em 81% deles.
Nésio Fernandes lembrou que a idade é um fator de risco apara o desenvolvimento de casos graves da doença. No Espírito Santo, segundo dados do Painel Covid-19 atualizados na segunda (10), 72,9% mortes pela doença são de pessoas acima dos 60 anos. Foram mais de 9 mil óbitos nessa faixa de idade desde o início da pandemia. A vacina tem efeito cientificamente comprovado na redução dos casos graves e do risco de mortes.
O avanço na imunização dos idosos, aliás, é capaz de mudar as cores do Mapa de Risco - ferramenta que é utilizada pelo Governo do Estado para determinar o nível de presença da doença nas cidades capixabas. O grau de risco muito baixo, caracterizado na cor azul, não foi alcançado até o momento pelas microrregiões capixabas.
Para chegar ao patamar azul, é preciso atingir níveis de:
O primeiro critério já foi cumprido por todas as 10 microrregiões do Estado. O segundo, por cinco delas. Já o terceiro, que diz respeito justamente à população com mais de 60 anos, ainda não foi alcançado por nenhuma.
Nésio Fernandes destacou ainda durante pronunciamento que o 86% dos adultos foram vacinados com as duas doses. Entre os adolescentes, 84% receberam a primeira dose. A imunização dos mais jovens foi iniciada meses depois dos adultos.
Nésio Fernandes avalia que a "fragilidade" do Estado é a quantidade de pessoas que estão com o esquema vacinal incompleto ou que ainda não receberam a 1ª dose de qualquer uma das vacinas disponíveis contra a Covid-19. São 1,3 milhão de pessoas no Espírito Santo em uma das duas situações.
O número de pendentes inclui as crianças, que ainda não começaram a ser vacinadas, apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter aprovado o imunizante da Pfizer para uso pediátrico ainda no mês de dezembro de 2021.
Durante pronunciamento, o secretário ressaltou a importância da vacinação, principalmente diante da chegada da Ômicron, que acrescenta ainda mais risco ao cenário de infecções e internações.
A desinformação é apontada pelo secretário de Saúde como um obstáculo para a imunização. "Ainda temos uma rede de desinformação e fake news estabelecida em todo o Brasil, o que luta contra as medidas que são entendidas como baixo risco, luta contra as vacinas e favorece o vírus", comenta.
De acordo com dados do Painel Vacina e Confia, 3.115.329 pessoas receberam a primeira dose de alguma vacina contra a Covid-19. Dessas, 2.720.759 tomaram a segunda dose. Outras 105.918 receberam a vacina de dose única.
O reforço foi aplicado em 770.189 pessoas no Espírito Santo. São 67.266 pessoas imunossuprimidas que receberam a chamada quarta dose. No total 6.779.461 doses foram aplicadas no Estado.
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