O número de mortes causadas pela dengue triplicou em duas semanas no Espírito Santo. Dos dias 12 a 25 de fevereiro, o total de óbitos subiu de três para nove, segundo boletins da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Em entrevista à Rádio CBN Vitória, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, admitiu que o Estado já vive uma epidemia da doença.
"Até a data de hoje (06), nós temos 38 mil notificações de dengue. É verdade que são notificações que ainda carecem de uma confirmação, mas em todo o ano de 2022 nós tivemos 21 mil notificações. Extrapolamos bastante o número do ano anterior. Então isso representa, sim, uma epidemia", afirmou.
Os boletins epidemiológicos da Sesa apontam ainda que foram seis mortes em todo o ano passado no Estado. Em 2023, além dos nove óbitos, outras oito estão sob investigação. Vale a pena ressaltar que esse salto de mortes em quinze dias não significa que todos os óbitos ocorreram durante o período, já que existe o tempo de análise de amostras para confirmar a causa.
Castelo - 3.516
Jerônimo Monteiro - 3.354
Atílio Vivácqua - 3.074
Muqui - 2.032
Iconha - 1.875
Vila Valério - 1.633
Mimoso do Sul - 1.273
*Incidência acumulada das quatro últimas semanas
Conforme destacou o subsecretário, outro alerta diz respeito às notificações em relação ao número de habitantes. O Ministério da Saúde classifica a incidência da dengue em três níveis: baixa (menos de 100 casos/100 mil habitantes), média (de 100 a 300 casos/100 mil hab.) e alta (mais de 300 casos/100 mil hab.).
"O Espírito Santo já tem mais de 800 casos notificados a cada 100 mil habitantes, e se nós tivéssemos uma linha de corte para o que seria um número aceitável, seria de 200 casos notificados a cada 100 mil habitantes. É praticamente quatro vezes a mais", pontuou Reblin.
Reblin também explicou que esse "boom" de casos ocorre devido à maior circulação de pessoas com o afrouxamento da pandemia da Covid-19. Além disso, é um período em que normalmente já existe um aumento da incidência, por conta das chuvas de verão.
"Há também um intervalo de acúmulo de suscetíveis. A cada três, quatro anos, nós temos um aumento de casos, depois uma queda. E nós vínhamos exatamente de três anos de queda. Estamos nesse momento do crescimento. [...] E, agora, temos confirmado entre nós a circulação de um sorotipo adicional (que não era visto no Estado desde 2019)", apontou.
Uma importante estratégia para o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor de arboviroses como dengue, zika e chikungunya, está na conscientização da população quanto às ações de cuidados. Esse trabalho se faz ainda mais importante, uma vez que 80% dos focos encontram-se nas residências.
Veja os cuidados divulgados pela Sesa:
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