“O Espírito Santo vive um momento de alerta com o vírus Oropouche.” A fala é de Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, apontando que o Estado deve se preparar contra a doença, que, além de já ter uma morte confirmada na Grande Vitória, vem registrando aumento no número de casos ao redor do país.
No Espírito Santo, a doença teve a circulação confirmada em abril pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa). Quando entra no sistema imunológico, a febre é responsável por causar dor de cabeça, dores musculares e nas articulações e até náuseas e diarreias.
Segundo Ethel Maciel, o momento de alerta estadual se dá devido ao aumento no número de casos, que pode ser explicado por mudanças bruscas de temperatura e por adaptações do vírus em diferentes ambientes e climas.
“Um exemplo semelhante foi o do Zika vírus, que sofreu mutações ao longo do tempo e gerou aquela onda de casos em 2015 e 2016. Em relação ao Oropouche, que não é um vírus novo, casos graves começaram a ser identificados no Nordeste com má-formação congênita e até óbitos fetais, o que ligou nosso alerta”, explicou Ethel em conversa com A Gazeta.
De acordo com a secretária, o vírus tem ultrapassado a barreira placentária de gestantes, o que é uma das principais preocupações para a pasta da saúde no momento. Em 2024, o Estado já chegou à marca de 3.112 casos confirmados da doença, segundo o painel do Ministério da Saúde, o equivalente a 28,4% dos 10.940 casos de todo o país.
“O Espírito Santo superou o número de casos registrados na Região Amazônica, o que indica uma adaptação diferenciada do vírus à região. Reunindo pesquisadores e especialistas de todo o país, a partir da próxima semana vamos estudar o que explica esse cenário no Estado”, frisou Ethel.
Com organização do Ministério da Saúde, o painel “Emergência de Oropouche na Região Extra-amazônica” acontece segunda-feira (16) e terça-feira (17), a partir das 8h30, no Alice Vitória Hotel, no centro da Capital.
A Febre do Oropouche é causada por um vírus, que dá nome à doença, sendo transmitida aos seres humanos pela picada do mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. A presença do mosquito está geralmente associada a regiões com maior umidade e presença de matéria orgânica.
A doença pode ser transmitida por meio de dois ciclos diferentes: o silvestre e o urbano: no ciclo silvestre, animais como os macacos e bicho-preguiça são picados pelo mosquito e passam a hospedar o vírus; já no ciclo urbano, os humanos são picados e se tornam os hospedeiros.
Se o mosquito picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue, chikungunya e febre amarela. Entre os principais, estão dores de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.
Como ainda não há tratamento específico para a doença, a recomendação para pacientes é que permaneçam em repouso, com acompanhamento médico diante dos sintomas apresentados.
Para a prevenção, o ideal, se possível, é evitar áreas onde há muitos mosquitos. Do contrário, é recomendado o uso de roupas que cubram a maior parte do corpo, contando ainda com a aplicação de repente nas áreas expostas da pele. Também é importante manter a casa limpa, removendo possíveis criadores de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
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