Em meio ao baixo volume de chuva que tem afetado principalmente o Norte e Noroeste do Espírito Santo, a seca no Rio Doce, um dos principais mananciais do país, tem deixado a população em alerta. Em Colatina, uma das cidades abastecidas pelo rio, já é possível observar que grandes bancos de areia se destacam em vários trechos do leito, que há muitos anos já foi navegável e contribuiu para o desenvolvimento do município.
A escassez preocupa, principalmente em uma época do ano em que é comum chover na região, como no verão. Segundo Sebastião Demuner, diretor-geral do Serviço Colatinense de Saneamento Ambiental (Sanear), órgão responsável pela distribuição de água em Colatina, o acumulado de chuva neste ano foi de apenas 600 milímetros - situação diferente a do ano passado, quando o total chegou a 900 milímetros. O fato, conforme o diretor-geral, prejudica a vazão do rio.
Devido à baixa vazão, a bomba de captação de água do rio já precisou ser deslocada pelo menos sete vezes neste ano. Segundo Sebastião Demuner, esse deslocamento é necessário porque quanto mais seco está o manancial, torna-se preciso fazer um trabalho de engenharia para levar a bomba a um ponto mais fundo do rio.
"Quando o rio está em condições normais, nós adentramos de 50 metros a 80 metros para captar a água. Em épocas de estiagem, temos que adentrar o rio ainda mais fundo, chegando de 150 metros a 200 metros. Tudo varia de acordo com a necessidade daquele momento e da vazão do rio", explicou o diretor-geral do Sanear.
Apesar da situação, o diretor-geral do Sanear garante que não há perigo de racionamento na cidade. No entanto, ele reforça a necessidade do uso consciente da água.
"Colatina é uma cidade que, em virtude do Rio Doce, a possibilidade de faltar água é muito pequena. Mas o que a gente sempre foca é no uso racional da água, o uso consciente, evitar desperdício, para que a gente possa garantir o abastecimento da cidade", concluiu.
Não é apenas o Rio Doce que está sendo afetado pela falta de chuva e escassez de água. O Rio São Mateus, no Norte do Espírito Santo, também tem enfrentado uma situação crítica. Por lá, a vazão do manancial está em 2%, o que significa que apenas 4.580 litros de água por segundo estão passando pelo rio – uma realidade que deveria ser de 250 mil litros de água por segundo.
Em Jaguaré, a estação central da Bacia do Jundiá, que abastece seis mil casas na área urbana da cidade, está com volume baixo e, por isso, o município iniciou um sistema de racionamento de água no dia 13 de dezembro, entre 20h e 23h.
No dia 11 de dezembro, a cidade de Barra de São Francisco, no Noroeste do Estado, também iniciou racionamento do consumo de água, com interrupção diária do abastecimento da rede pública das 21h às 5h.
Montanha, no extremo Norte do Estado, também decretou situação de emergência para as regiões mais afetadas do município. De acordo com o prefeito André Sampaio, o prejuízo nas lavouras, por conta da seca, estão na margem dos R$ 200 milhões, calculados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
Com informações da repórter Thaynara Lebarchi, da TV Gazeta
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