As escolas da rede municipal de ensino de Vitória passam a contar a partir desta terça-feira (6) com um botão do pânico. O aparelho deverá ser acionado sempre que a unidade passar por alguma urgência ou situação emergencial. O objetivo, segundo a prefeitura, é dar mais segurança aos alunos, familiares e professores.
Em 19 de agosto, um jovem de 18 anos, ex-aluno da escola Éber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha, invadiu a unidade de ensino com armas brancas, ameaçando matar estudantes e funcionários da instituição. Ele foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, com impossibilidade de defesa da vítima e contra menor de 14 anos.
O mecanismo do botão do pânico é o mesmo usado para mulheres vítimas de violência doméstica. Quando o botão é acionado por três segundos, o aparelho começa a gravar o áudio ambiente. Paralelamente, é emitido um alerta visual e sonoro na central de monitoramento da Guarda Municipal e nos aparelhos celulares dos agentes da Guarda que estiverem mais próximos do local.
"Não há necessidade de qualquer ligação, de falar com call center. Isso vai fazer com que o tempo de resposta à essa ocorrência seja extremamente curto e isso é fundamental. Porque nós sabemos que, nesses episódios, para que não tenhamos a perda de vidas, é fundamental que as forças de segurança cheguem rápido", afirma o prefeito Lorenzo Pazolini.
Em Aracruz, há duas semanas, duas escolas, uma estadual e outra particular, foram alvos de ataque a tiros, deixando quatro mortos e 12 feridos. O rapaz, ex-aluno de uma das unidades de ensino, teve tempo de se deslocar entre um colégio e outro para cometer o crime, foi para casa e almoçou com a família antes de ser identificado e preso pela polícia.
Diante disso, cada um os 46 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e das 54 Escolas de Ensino Fundamental (Emefs) terá um aparelho e deve definir o funcionário que será designado para operá-lo em caso de emergência. Os aparelhos custaram R$ 378 mil ao município.
O prefeito também informou que, a partir do ano que vem, vai fornecer treinamentos para alunos, professores e outros trabalhadores da educação de como agir em situações de emergência como a invasão de um atirador.
"Estamos retomando convênios e vamos entrar ano que vem fazendo toda a preparação dos alunos com técnicas de evacuação e proteção. Nós temos ações simples que no momento de desespero não são executadas, que é a colocação das carteiras na frente da porta da sala de aula para evitar a entrada desse criminoso. Tudo isso vai ser revisto, treinamento salva vidas", afirmou.
Outra ação que a prefeitura está colocando em teste é um totem de segurança. Trata-se de um equipamento blindado que fica na frente da escola.
Ele é equipado com câmeras de grande resolução e com inteligência artificial capazes de fazer reconhecimento facial e identificação de placas de trânsito, por exemplo.
Atualmente o equipamento está em duas escolas: a Éber Louzada, em Jardim da Penha, onde ocorreu o ataque em agosto deste ano, e na Neusa Nunes, em Nova Palestina, que costuma sofrer coma violência do tráfico de drogas.
O totem também permite ligação direta com a Guarda Municipal e gravação de mensagens automáticas. Se aprovada, a tecnologia pode ser expandida para até dez escolas.
A Gazeta não vai publicar detalhes sobre o ataque e sobre o autor seguindo recomendações de especialistas, em atenção ao chamado “efeito contágio”.
Para os estudiosos, quando a mídia publica esse tipo de informação, aumenta a possibilidade de imitadores do ato, em busca de visibilidade e notoriedade. Este é geralmente um dos objetivos dos agressores, que passam a ser idolatrados por outros indivíduos propensos à promoção de novos massacres.
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