A cor e o cheiro da água que escorre há dias de uma galeria próxima à Praia do Morro, em Guarapari, incomodam e deixam moradores e turistas que passam pela região receosos. A preocupação principal é a saúde de quem vai à praia e entra no mar. Imagens feitas no último sábado (13) mostram a coloração escura da água que desemboca em uma das principais praias da cidade, frequentada por turistas de todo Brasil. Na segunda-feira (15), a situação permanecia a mesma: cheiro ruim e uma "água diferente" na praia.
Em contato com a reportagem de A Gazeta, o engenheiro eletricista Hawllison Carvalho, que mora em Guarapari e fez as imagens, contou que procurou a prefeitura, mas não teve retorno. A água que sai da galeria e vai parar na praia fica próximo ao monumento do Marlim Azul, conhecido na região e um ponto turístico.
O principal questionamento de quem passa na região é: a água que tem cor e cheiro estranhos e vai parar na praia é esgoto? Segundo a Prefeitura de Guarapari, apesar das características, não se trata de esgoto. A administração do município foi procurada inicialmente no domingo (15). Sem resposta, a reportagem voltou a procurá-la na segunda (16).
Em uma primeira resposta, a Prefeitura de Guarapari, através da Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura, informa que no local há uma galeria que recebe água pluvial, ou seja, da chuva. Em uma segunda nota, informou que a água que está escorrendo na galeria não se trata de esgoto. A equipe segue apurando a suspeita de que seja "água de esgotamento de piscina, visto as características organolépticas (podem ser percebidas pelos sentidos humanos) e físico-química da água que escorreu no sistema".
Quanto à balneabilidade, todas as praias estão próprias para banho, atesta a prefeitura. A última coleta foi realizada no último dia 9 e a previsão é que o resultado saia até o fim desta semana. Ainda segundo a prefeitura, há o planejamento para que uma nova obra de macrodrenagem seja realizada na Avenida Beira Mar, na Praia do Morro. A obra deve ser iniciada depois da alta temporada.
No dia 8 de janeiro, A Gazeta mostrou que moradores e turistas de Guarapari conviviam em meio a um aumento no número de viroses, envolvendo sintomas de vômitos e diarreias. Os casos quase triplicaram na comparação entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023. Foram 46 registros em dezembro de 2022, enquanto 126 casos foram registrados em 2023.
Apesar dos números, a Prefeitura de Guarapari informou que não se tem registro de pessoas que tenham passado mal devido ao contato com a água na praia.
Procurada pela reportagem, a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) informou que o sistema de esgotamento sanitário que atende Guarapari está funcionado dentro da normalidade, sem nenhuma intercorrência operacional. Sobre o problema em questão, a Cesan garantiu que o extravasamento que aparece na imagem não é da rede da companhia e que possivelmente trata-se de um problema com origem na drenagem pluvial, que é de competência da administração municipal.
A Cesan está à disposição da população e pode ser acionada a qualquer hora do dia ou da noite pelo telefone 115, a chamada é gratuita.
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