Eles são assustadores para muita gente, mas donos de uma beleza única. Seja pelo medo, ou pela beleza, os raios atraem a nossa atenção em dias de tempestade, como a registrada na noite desta quarta-feira (17), na Grande Vitória. Em dias assim, é comum as pessoas registrarem a descarga elétrica atmosférica em fotos e vídeos. No entanto, para fazer o registro com o celular é preciso alguns cuidados.
De acordo com o professor de Engenharia Elétrica do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) Pablo Muniz, em dias de tempestade não se deve utilizar o celular quando estiver na rua.
"O uso do telefone celular, do telefone sem fio, não é recomendado em área aberta quando a gente está tendo tempestade elétrica. Em torno do aparelho é criado um campo eletromagnético um pouquinho mais forte e concentrar esse campo eletromagnético pode atrair a descarga atmosférica", explicou em entrevista à TV Gazeta, nesta quinta-feira (18).
Para quem está na rua, a orientação número 1 é buscar um local protegido para esperar a tempestade elétrica passar. Vale buscar um prédio - em geral eles têm para-raios - ou mesmo o interior de um automóvel. O importante é não ficar na rua, especialmente em área muito planas.
"A primeira recomendação é não ficar numa área descampada, numa área plana, aberta, porque essa pessoa em pé naquela região funcionária como um captor natural para o raio. A sugestão é procurar um lugar abrigado, principalmente que tenha um sistema de proteção contra descarga atmosférica, um prédio ou posto de gasolina, por exemplo. Uma outra alternativa seria procurar uma caixa metálica fechada, como o interior do automóvel, do ônibus, até que a tempestade termine", orienta o professor.
Mas por que os raios surgem tão de repente durante uma tempestade, como aconteceu nesta quarta-feira (17)? O professor explica que é preciso uma combinação de fatores para isso acontecer: o calor presente a região, como acontece em Vitória, que está localizada em uma região tropical, e a umidade do ar em algumas épocas do ano.
"Vitória é uma cidade localizada na região tropical, mais quente naturalmente. Dezembro a março é o que a gente chama de período úmido, muita chuva, muita umidade, combinado com o calor, cria uma atmosfera mais favorável para a descarga atmosférica, para a tempestade elétrica", afirma Muniz.
"Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar", é o que diz o ditado. Essa afirmação, no entanto, não é verdadeira. Ao contrário do que diz o ditado, a queda de um raio em um determinado lugar indica que aquele local é propício para descargas elétricas e, portanto, o fenômeno pode se repetir.
"Se a gente subir em um prédio desses (com para-raios) e olhar o captor, a gente vai ver várias mordidinhas em torno do captor, que seriam machucados onde ocorreu uma descarga elétrica no captor. Não há nenhum dado, nada que indique que se a descarga elétrica ocorreu naquele lugar, vai ficar marcado e não pode ocorrer mais. Muito pelo contrário, se ocorreu ali é porque ali é um lugar favorável para descarga atmosférica, então pode ocorrer de novo", finalizou.
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