Faltando pouco mais de um mês para o fim do prazo de coleta das informações, o Espírito Santo é o sexto Estado do Brasil com menor adesão ao Censo 2022, que está sendo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto no Brasil a taxa de população recenseada está em 63,77%, o Espírito Santo teve registro de 56,12% da população que já respondeu o questionário do IBGE. O estado com menor taxa é o Mato Grosso, com 42,72% dos moradores recenseados. Já o Piauí foi o que mais entrevistou a população, com cobertura de 86,08%.
Três municípios do Espírito Santo já tiveram a apuração de dados concluída: Montanha, Mucurici e Água Doce do Norte. E outros 25 estão próximos de concluir, segundo o superintendente estadual do IBGE, Max Athayde Fraga.
Os municípios da Grande Vitória, por exemplo, é onde os recenseadores têm tido mais dificuldade para dar continuidade ao trabalho. Segundo Fraga, isso tem ocorrido porque o número de recenseadores está aquém do que é preciso, tanto é que semanalmente o IBGE tem aberto processos seletivos simplificados e também aumentou a remuneração – que é por produção.
O Estado tem em atividade 1.654 recenseadores, 45,1% das vagas previstas e um pouco abaixo à média do Brasil, que tem 49,5% de profissionais em atividade.
Outra dificuldade enfrentada pelos profissionais é conseguir acesso, principalmente em condomínios, por receios relacionados à segurança. “Mas procuramos deixar o morador tranquilo, informando que cada recenseador tem um código de identificação. É só entrar no site, colocar o código e a pessoa consegue ver a informação do profissional e sua foto”, explica.
Localizar o morador em casa é mais um obstáculo na coleta de informações. Em residências com famílias muito pequenas, às vezes as pessoas só são localizadas nos finais de semana e à noite, e nesse horário não querem atender.
“O recenseador vai ter de fazer cinco tentativas em dias e horários diferentes. Se não conseguir, liberamos uma outra área de trabalho para ele. Esses são os chamados moradores ausentes”, detalha.
Durante a coleta do Censo, há ainda os moradores que se recusam a receber. Segundo Athayde, o percentual é muito baixo, com cerca de 2,3% dos domicílios que não querem receber a visita. “Esse fenômeno ocorre mais em bairros nobres de Vitória e Vila Velha. Eles não entram em detalhes, só se recusam a responder”, diz.
O professor Ednelson Mariano Dota, do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-graduação em Geografia da Ufes, afirma que a recusa historicamente acontece principalmente em áreas nobres e em condomínios cuja circulação não é tão simples. Ele falou também sobra a questão política, já que a coleta ocorre em período de grande embate eleitoral, questionando se pode ter tido alguma influência.
Dota destacou ainda sobre a importância da realização do Censo, que está sendo feito dois anos atrasado em relação à programação inicial, devido à pandemia da Covid-19.
"O Censo é a principal pesquisa para avaliação de políticas públicas em andamento e a partir daí novas serão medidas podem ser pensadas. O Censo também tem o papel da própria atualização da dinâmica demográfica, visto que há menor número de filhos, arranjos domiciliares diferentes em relação há anos atrás e ainda a questão do envelhecimento em andamento. Assim, é possível saber o momento em que estamos para conseguir pensar os desafios para os próximos anos", avalia.
Os recenseadores estarão sempre uniformizados, com o colete do IBGE, boné do Censo, crachá de identificação e o DMC. Além disso, é possível confirmar a identidade do agente do IBGE no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800 721 8181. Ambos constam no crachá do entrevistador, que também traz um QR code que leva à área de identificação no site. Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do recenseador.
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