O Espírito Santo chegou à marca de 123.243 casos notificados e 17 óbitos em decorrência da dengue em 2024. Segundo dados divulgados no painel de monitoramento da doença no Estado nesta quinta-feira (4), outras 34 mortes estão em investigação.
Ao todo, são 52.833 casos confirmados, com maior incidência em Vitória, Linhares, Vila Velha e Serra, cidades com uma taxa acima de 4,5 mil casos. A Capital, por sua vez, já tem mais de 9,6 mil confirmações.
Linhares, na Região Norte, tem cinco mortes, seguido por Anchieta, com duas. Já os municípios de Aracruz, Barra de São Francisco, Dores do Rio Preto, Laranja da Terra, Muqui, Santa Maria de Jetibá, São Gabriel da Palha, São Mateus, São Roque do Canaã e Sooretama possuem um óbito cada.
O painel de monitoramento da dengue no Espírito Santo, que conta dados desde 2022, mostra que, naquele ano, 2.274 casos foram confirmados no Estado até o fim do primeiro trimestre. Em 2023, o acumulado subiu para 60.864 no mesmo período. Já em 2024, mesmo com 52.833 casos, um número menor, a doença se mostra ainda mais letal. Para efeito de comparação, em todo o ano de 2022, 6 pessoas morreram no Estado e, em 2023, foram 98 vítimas fatais.
O infectologista Lauro Ferreira Pinto explica que o aumento de casos de dengue no Espírito Santo pode ser explicado por conta do clima quente e da falta de ações de combate aos criadouros do mosquito.
“Esse é um problema que está acontecendo no Brasil inteiro e estamos observando um crescimento da dengue nas Américas, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou. Estamos no outono, mas a temperatura que temos hoje é de alto verão, e ainda somos acometidos por fortes chuvas. Toda essa combinação dificulta o controle do mosquito”, explica.
No Espírito Santo, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), 80% dos focos do Aedes aegypti estão nas residências.
Para combate à doença, Lauro recomenda ações simples aos capixabas. “Isso pode ser feito uma vez por semana dentro das casas: limpeza de vasos de plantas, ralos e qualquer outro recipiente que possa ter água acumulada para procriação do mosquito”, diz o especialista.
Em meio ao aumento de casos de dengue e também dos de chikungunya no Espírito Santo, vale se atentar aos sintomas das doenças, que são semelhantes, como aponta o Ministério da Saúde.
“[Os sintomas] incluem febre de início abrupto, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais”, divulga o órgão.
A orientação do ministério é para que a população procure o serviço de saúde mais próximo de sua residência assim que surgirem os primeiros sintomas. No Espírito Santo, cidades da Grande Vitória oferecem pontos de hidratação e atendimento para os acometidos pela dengue.
“A prevenção é a melhor forma de combater a doença. Evitar acúmulo de inservíveis, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água, além de receber a visita do agente de saúde, são algumas iniciativas básicas. Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, coloca os seus ovos”, frisa o Ministério da Saúde.
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