O Espírito Santo ultrapassou, neste sábado (02), o número de 250 mil casos confirmados pelo novo coronavírus. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 973 pessoas foram diagnosticadas com a doença em 24 horas. O estado acumula 250.244 casos e 5.115 óbitos em decorrência da Covid-19, 22 mortes a mais do que o dia anterior.
Ao atingir esse novo marco, o Estado passa a ter mais contaminados do que sete países da América do Sul, entre os quais o Paraguai (108.349 casos) Bolívia (160.985) e Equador (213.378). O número também é superior ao registrado na Austrália, onde há 28.427 casos confirmados do novo coronavírus, de acordo com dados da universidade americana Johns Hopkins.
"Nós estamos testamos mais, é possível que no pico da pandemia tivéssemos muito mais pessoas contaminadas, mas a nossa capacidade de testagem era menor e os critérios mais limitados. Agora, aumentamos a nossa capacidade de descobrir esses dados", destacou Ethel Maciel, doutora em Epidemiologia e professora da Ufes.
"Contudo, nas últimas três semanas, temos visto um crescimento muito expressivo de casos, que nos permite dizer que teve um aumento de contaminação mesmo, não apenas porque mais testes estão sendo realizados. Mais pessoas estão transmitindo o vírus", completou.
Em dezembro, o Espírito Santo registrou um crescimento significativo no número de infecções e mortes. Na primeira quinzena do mês, os óbitos mais do que dobraram em relação ao mesmo período de novembro. A taxa de transmissão também voltou a aumentar em diversos municípios, entre eles os que compõem a Grande Vitória.
Em pronunciamento, o governador Renato Casagrande (PSB) chegou a dizer que a transmissão estava "galopante" no interior do Estado.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, alguns municípios do interior vivem uma espécie de expansão da doença, algo que não chegou ainda na Grande Vitória. A tendência é que haja um crescimento ainda maior de contaminação nos próximos dois meses.
Nésio explica que, desde setembro, o Estado tem trabalhado com a possibilidade de uma variante do vírus em circulação, o que poderia explicar o aumento expressivo de casos de contaminação e também de óbitos. Ele pontua, contudo, que os números poderiam ser ainda maiores caso o Espírito Santo não tivesse se preparado para a pandemia.
"Nós conseguimos nos antecipar à pandemia, realizamos mais de 700 mil testes e não subestimamos a expansão da doença no Estado, mas é claro que a proporção de casos observados assusta. Desde setembro já afirmamos a possibilidade de circulação de uma variante, e de uma mudança do comportamento da população, com menos isolamento. Esses dois fenômenos podem ter contribuído para o o aumento de transmissão", afirmou.
Atualmente, oito cidades estão classificadas com risco alto de transmissão de Covid-19, de acordo com o Mapa de Risco do Governo do Estado. Essa classificação estabelece medidas sanitárias mais rígidas para os municípios, para diminuir a contaminação. Uma delas está a proibição do funcionamento de bares, além da realização de eventos.
Apesar disso, as determinações do governo têm sido desrespeitadas em muitas cidades. Em Guarapari, por exemplo, cidade que está com risco alto de transmissão, diversas aglomerações foram registradas durante as festas de Ano Novo.
Há ainda 54 municípios em risco moderado - toda a Grande Vitória se encontra nessa classificação- além de 16 em risco baixo.
Para elaborar o mapa de risco, o governo considera fatores como a taxa de ocupação de UTIs, o coeficiente de casos ativos por município dos últimos 28 dias, além da quantidade de testes realizados por grupo de mil habitantes e a média móvel de óbitos dos últimos 14 dias.
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