Quem trafega pela Segunda Ponte já pode ter se deparado com ela: uma espuma branca, que aparece sobretudo pela manhã e quase deságua na Baía de Vitória, mas é impedida por uma rede de contenção. Um vídeo, gravado e enviado ao site A Gazeta, flagrou a cena curiosa entre os municípios de Cariacica e Vila Velha.
A imagem foi feita de dentro de um coletivo, no sentido Cariacica-Vitória, por uma passageira que preferiu não se identificar. De acordo com ela, a situação já se arrasta há meses – entretanto, algumas intervenções chegaram a ser feitas, pois o fluxo diminuiu. A mulher afirma que costuma passar pelo local por volta das 06h30, momento em que sempre vê a espuma.
"Todos no ônibus comentam e ficam chocados pela quantidade, mas ninguém se incomoda ao ponto de procurar saber qual a procedência do que vem sendo lançada no meio-ambiente. É fato que vai causar algum impacto", afirmou.
Desde a última quarta-feira (09), quando o vídeo foi enviado para o site, a reportagem demandou várias entidades que pudessem ser responsáveis pelo local. Contudo, a cada novo retorno, os órgãos se esquivavam da culpa, transferindo-a para outras pastas ou administrações municipais.
Inicialmente, a Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, informou que não encontrou nenhuma atividade que possa ter dado origem ao problema. "Acredita-se que veio trazido pelo canal do Rio Marinho de Cariacica", destacou.
Já a Prefeitura de Cariacica, em nota, destacou que "possivelmente a espuma decorreu devido à turbulência da água liberada pelas comportas abertas" da Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAP) Marinho, gerida pela Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb). Houve a promessa, ainda, de que uma equipe de fiscalização ambiental do município iria até ao local verificar a situação.
O Governo do Estado, por meio da Sedurb, pontuou que já existem medidas e ações visando minimizar a geração de espuma nas EBAP Cobilândia, Marilândia e Marinho. "As espumas ocorrem pela agitação das águas pluviais contaminadas por contribuições de esgoto sanitário. A carga de esgoto permanece a mesma existente antes das obras das estações, porém, não havia a formação de espuma, pois não se gerava o turbilhoamento proveniente das bombas", ressaltou.
Ainda segundo o órgão, o tratamento químico não é possível, tendo em vista a grande vazão bombeada e a pouca efetividade: "As bombas não serão acionadas em períodos de seca, o qual tem por objetivo manter os canais em nível baixo para aumentar a capacidade de armazenamento da água em eventual chuva".
Questionada sobre a presença do esgoto, a Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan) afirmou que uma equipe técnica esteve no local na terça-feira (14) e não constatou nenhuma irregularidade que contribuísse para o problema.
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