A atual Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Jardim Camburi, que fica em uma área do aeroporto de Vitória, deverá ser desativada até 2025. Segundo a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), a ideia é construir em outro local, em até três anos após procedimento licitatório, uma estação com tecnologias mais avançadas que permitam eficiência superior a 90%, com eliminação da emissão de odores e atendendo aos parâmetros de reúso para fins industriais. Até o momento, o novo projeto não tem localização definida.
A atual área preenchida pela estação de tratamento pertence à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), sendo que, com a desativação da ETE, o espaço será devolvido à companhia. Em nota, a Infraero informou, no entanto, que está providenciando a correção do registro desta área, que deverá ser destinada à Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
De acordo com a Cesan, a estação atual tem capacidade de 472 litros por segundo, ao passo que a nova estrutura receberá o esgoto dos mesmos bairros de abrangência e vai gerar uma vazão de água de reuso de 200 litros por segundo.
Isso significa dizer, também segundo a Cesan, que a tecnologia a ser utilizada, do reuso de água, vai gerar economia do recurso hídrico, pois a indústria passará a utilizar o esgoto tratado e adaptado para suas atividades, em vez de usar a água que vem do manancial. Neste caso, significará uma redução de aproximadamente 10% na captação do rio Santa Maria da Vitória.
A abrangência permanecerá a mesma, sendo que a nova estação continuará atendendo aos seguintes bairros:
Na visão do deputado estadual Fabrício Gandini, presidente da frente parlamentar que fiscaliza o saneamento sanitário no Estado, a modelagem que vem sendo proposta, de retirada da estação e construção de uma mais moderna, é muito positiva. "A nova, que não deverá ser no mesmo lugar, será mais eficiente, não emitindo, por exemplo, o cheiro que hoje é um grande impacto para o bairro e para o turismo, por ser na frente da praia", iniciou.
Segundo o político, o esgoto tratado atualmente é lançado no manguezal, o que está longe de ser o ideal. "Com a nova estação o esgoto vai passar a ir para reuso, então só vejo benefícios. É claro que a desativação tem que ocorrer com a retirada de todo o material que ficou depositado por anos ou décadas. Se tudo for feito com responsabilidade, vai ser muito bom para a região, para as águas, para o manguezal e para as pessoas que moram no entorno", completou.
Para quem mora no bairro de Jardim Camburi, onde atualmente está a estação de tratamento, a notícia da desativação é motivo de comemoração. Segundo o presidente da Associação Comunitária (ACJAC), Aloísio Muruce, a retirada da ETE representa o fim do incômodo com o odor e também a abertura de espaço para mais desenvolvimento local.
"É um sonho tirar essa estação do bairro. Primeiro por conta do incômodo com o odor. Onde eu moro, mais perto do bairro de Fátima, não chega tanto. Mas nós temos um grupo de Whatsapp com participação de um diretor da Cesan e ele acompanha tudo. Quando muda o vento, os moradores já reclamam. A notícia da desativação é muito boa também porque isso poderá trazer desenvolvimento", afirmou o representante.
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