Na versão anterior, havia um erro de informação cometido durante a produção desta matéria que indicava que o Espírito Santo iria antecipar a campanha de vacinação. A informação correta é que vacinação no Espírito Santo deve se iniciar na mesma data que a da campanha nacional de vacinação, e somente as demais fases do calendário poderão antecipadas.
O governo do Espírito Santo negocia a compra de vacinas de prevenção ao coronavírus e deve antecipar etapas futuras do calendário nacional de imunização. A confirmação foi feita pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, durante coletiva na tarde desta segunda-feira (04). A informação já havia sido divulgada, com exclusividade, por A Gazeta.
"Até o momento, todas as vacinas que tiveram seus dados publicados têm eficácia muito superior a 50% e todas as que estão sendo utilizadas no mundo são de interesse do Espírito Santo. O governo entende que todas as vacinas que já alcançaram a fase 3 e estão tendo uso emergencial ou regular em outros países, em especial os países centrais, são vacinas aptas a serem adquiridas. O Estado já tomou a decisão de adquirir as vacinas, basta haver disponibilidade da indústria", afirmou Nésio.
A demora do Governo Federal para chegar a um consenso sobre a compra e distribuição de vacinas pelo País levou o governo estadual a entrar em contato direto com as empresas fabricantes. A ideia é tentar antecipar ao máximo a campanha de vacinação no Espírito Santo.
"Nós tivemos o retorno da Pfizer sobre a possibilidade de vender doses para o Espírito Santo, estamos aguardando a finalização das negociações da mesma com o Governo Federal, que ainda não finalizaram. Então, ainda temos a expectativa de que a União possa acertar e comprar também todas as doses que a Pfizer tem disponível para poder vender ao Brasil e imunizar de forma igualitária e universal toda a população", destacou o secretário.
Nésio disse que as conversas comerciais também observam as demais possibilidades de imunizantes em estudo. "Aguardamos com ansiedade as publicações pendentes da vacina Coronavac e do registro da Astrazeneca, que possam nos surpreender com boas notícias a respeito dos seus desempenhos com a aplicação de uma ou duas doses na população", afirmou.
Citada pelo secretário, a Coronavac é a vacina que está sendo produzida pela biofarmacêutica chinesa Sinovac em parceria o brasileiro Instituto Butantan. "O governo do Estado também mantém contato com o Butantan para que, em eventualidade no que reconhecemos como competência do Ministério da Saúde que é adquirir, estocar e distribuir a vacina, não ocorra, o Estado terá alternativa diretamente com o Butantan", completou o subsecretário Luiz Carlos Reblin.
O secretário Nésio Fernandes explicou que é possível que o Espírito Santo tenha acesso aos imunizantes antes de qualquer aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"Temos uma norma estadual: para serem compradas sem o registro da Anvisa, é necessário que elas estejam em uso em países centrais, com normas rígidas e seguras, o que pode trazer segurança para o Espírito Santo", ressaltou.
Apesar do diálogo direto com as empresas, ainda há a esperança que o Governo Federal assuma o encargo de disponibilizar as vacinas para todos os estados.
"Temos um retorno de que a negociação da Pfizer coma União não foram encerradas, elas conseguiram ter um avanço e entendemos de que é o momento do Ministério da Saúde, do Governo Federal, também acertar e poder fazer com que a integridade e unidade nacional do Sistema Único de Saúde (Sus) e do Programa Sistema Nacional de Imunização seja preservada. Que a União compre todas as doses disponíveis no mercado para garantir a imunização de toda a população brasileira ainda em 2021", pondera.
O secretário explicou que não existe ainda uma compra por parte da rede privada, apesar de existir diálogo entre representantes da clínicas com indústrias que desenvolvem vacinas.
"Nós temos, pela Constituição, o modelo misto no Brasil: a atividade privada é autorizada na saúde e pode participar de forma complementar. Porém, não consideramos adequado que a rede privada tenha acesso às vacinas e que a população como um todo, coberto pelo princípio de universalidade do acesso à saúde, ainda não tenha. Acho pouco provável que a vacina seja comercializada antes que o Governo Federal possa comprar e distribuirpara a população de maneira segura", ponderou.
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