O governo do Espírito Santo assinou, na manhã desta segunda-feira (13), um contrato com a Universidade de São Paulo (USP), para analisar a viabilidade de o Estado voltar a receber cruzeiros marítimos. O estudo tem previsão de ficar pronto em dois meses e, de imediato, já descartou o canal do Porto de Vitória. A parada dos navios deve ocorrer no mar, em uma área de fundeio, e os turistas levados para a terra em embarcações menores.
As análises serão tocados pelo Centro de Simulação de Manobras, da Escola Politécnica da USP. Conforme destacou o professor Eduardo Tanure, vinculado à instituição, o órgão foi fundado em 2000 e conta com um tanque de ondas capaz de reproduzir situações do litoral brasileiro, sendo referência nesse tipo de pesquisa no país.
Tanure explicou que a parada de cruzeiros no porto não é mais possível, uma vez que as embarcações desse porte destinadas aos turistas estão cada vez maiores e não conseguiriam passar por baixo da Terceira Ponte e manobrar no local. "Vamos estudar as condições de onda e de corrente na região da entrada da Baía de Vitória, próximo à Ilha do Boi, onde existe incidência de correntes e, sobretudo, de ventos e ondas que podem afetar o movimento das embarcações de cruzeiro", pontuou.
Desta forma, os cruzeiros ficariam fundeados no mar em uma área a ser definida pelo estudo. "A partir desse ponto, pequenas embarcações levarão os passageiros até a terra. O desafio é o transbordo dos passageiros. Eles vão sair lá do ponto de fundeio até a terra", prosseguiu.
Como antecipou o colunista Leonel Ximenes, de A Gazeta, em maio deste ano, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) quer transformar o Hotel Senac Ilha do Boi, em Vitória, em uma parada de navios de cruzeiro. O presidente da entidade, Idalberto Moro, relatou na ocasião a existência de um projeto de revitalização da área de lazer do estabelecimento, o que contempla o ponto de atração das embarcações.
Essa informação foi confirmada na manhã desta segunda-feira (13) durante a solenidade da assinatura do contrato com a USP, no Palácio Anchieta. O professor da universidade explicou que a ideia é que embarcações menores peguem os turistas no cruzeiro e façam o desembarque deles na Ilha do Boi, como ocorre em outras cidades brasileiras.
"O Hotel Senac é o principal candidato a receber essas embarcações. Nós vamos ter que estudar os movimentos da embarcação fundeada no meio do oceano e o transbordo das pessoas", contextualizou Tanure.
A reportagem de A Gazeta apurou ainda a existência de outros pontos de parada, além do Hotel Senac, a serem estudados, sendo o Cais das Artes, Píer do Shopping Vitória e o Píer de Iemanjá, em Camburi. Caberá ao estudo definir o ponto mais adequado.
A expectativa é que a pesquisa realizada em Vitória possa ocorrer futuramente em outras cidades capixabas, como Vila Velha e Guarapari.
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