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Exército pede levantamento sobre capacidade de sepultamentos em massa no ES

Exército pede levantamento sobre capacidade de sepultamentos em massa no ES

Em documento enviado às prefeituras de cidades do Rio e do Espírito Santo, o Exército quer dados para saber as condições dos cemitérios para receber vítimas de Covid

Publicado em 17 de abril de 2020 às 20:50

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Cemitério de Itapina, em Colatina, no Noroeste do ES
Exército precisa saber se cemitérios do Estado conseguem absorver uma alta demanda de sepultamentos. O Cemitério de Itapina, em Colatina, no Noroeste do ES e vários outros podem ser sondados. (Reprodução | TV Gazeta Noroeste)

O Exército solicitou a cidades do Espírito Santo dados sobre a capacidade dos cemitérios locais realizarem sepultamentos em massa devido às mortes provocadas em meio a pandemia do novo coronavírus. A informação é do site O Globo, no qual explica que a corporação federal enviou um questionário a diferentes postos de recrutamento e mobilização que estão sob o comando da 1ª Região Militar do Comando Militar do Leste, onde se incluiu aqui o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, segundo a publicação.

Exército pede levantamento sobre capacidade de sepultamentos em massa no ES

"Em atenção ao documento contido na referência, solicito aos senhores chefes dos postos de recrutamento e mobilização o apoio das juntas de serviço militar para que seja realizado um levantamento de dados estatísticos referentes à quantidade de cemitérios, disponibilidade de sepulturas e capacidade de sepultamentos diários em suas respectivas áreas de responsabilidade", diz o documento, assinado pelo coronel Luiz Mauro Rodrigues Moura, chefe da sessão de serviços da 1ª Região Militar.

Cemitério vertical entregue em abril pela prefeitura de Viana
Cemitério vertical entregue em abril pela prefeitura de Viana. (Divulgação)

Um dos municípios que recebeu a notificação do exército foi  Viana, na Grande Vitória.  De acordo com o prefeito Gilson Daniel, esta semana ficou pronto um cemitério vertical com capacidade para 500 sepultamentos, no bairro Morada de Bethânia. "Não foi construído devido à pandemia, era uma demanda antiga do município e que ficou pronta esta semana. Quando assumi Viana, busquei saber quais seriam as demandas de problemas que a cidade tinha e esta era uma delas. Estamos preparados se houver necessidade de sepultamento em massa, mas esperamos não ter que usá-las", declarou o prefeito.

Nesta semana, Viana registrou a primeira morte por decorrência de coronavírus e possui oito casos confirmados de pessoas infectadas.

Nota encaminhada pelo Exército ao jornal O Globo

" O Comando Conjunto Leste, ativado pelo Ministério da Defesa no contexto do emprego das Forças Armadas contra a Covid-19, planeja sua atuação com base no levantamento de cenários hipotéticos, visando mitigar os efeitos nocivos da pandemia junto à sociedade. O documento em pauta tem como objetivo tão somente coletar dados para um dos cenários levantados. O Comando Conjunto Leste reitera seu empenho no combate à pandemia, em colaboração com outras agências, e possui órgãos de coordenação onde eventuais dúvidas podem ser sanadas, evitando-se levar informações distorcidas à população. Por fim, o Comando Conjunto Leste está atento à evolução da pandemia do Coronavírus (Covid-19), sob a ótica da missão constitucional do Exército Brasileiro e da proteção da Família Militar, apoiando o esforço nacional de combate à pandemia. "

VEJA O QUE DIZEM OS MUNICÍPIOS

A Gazeta demandou as prefeituras dos quatro municípios mais populosos da Grande Vitória para saber qual a situação dos cemitérios locais. 

Por meio de nota, a  Prefeitura da Serra informou que ainda não recebeu o ofício do Exército. A cidade possui seis cemitérios públicos municipais nos bairros Carapina Grande, Jacaraípe, Nova Almeida, Pitanga, São Domingos e Santo Antônio. A administração informou que novas covas são abertas de acordo com a necessidade e que, a cada quatro anos, é realizada a exumação e transferência para ossuários.

Em Vila Velha, o pedido do Exército Brasileiro também ainda não chegou. A Prefeitura de Vila Velha  pontuou que a cidade possui seis cemitérios públicos, os quais, atualmente, estão sem vagas e não há possibilidade de abrir covas extras.  A assessoria ressaltou que a maioria dos jazigos nos cemitérios públicos são perpétuos e pertencem às famílias que são responsáveis pela manutenção.

Devido à situação de pandemia da Covid-19 e do decreto municipal emergencial, a Prefeitura de Vila Velha está assinando um contrato emergencial para o arrendamento de novas sepulturas num cemitério particular, em  Ponta da Fruta. O arrendamento da sepultura será de três anos, para que nesse tempo seja realizada a exumação e transferência dos ossos para os ossários municipais.

Serão oferecidos 2 mil sepultamentos que serão pagos de acordo com a demanda e número de enterros. O município realizou uma tomada de preços e o cemitério particular de Ponta da Fruta foi o que apresentou o melhor valor para este serviço.

A Prefeitura de Vitória confirmou que recebeu a solicitação do Exército. Na Capital existem dois cemitérios municipais: Cemitério Boa Vista, em Maruípe, com dez mil túmulos, e o Cemitério de Santo Antônio, com quatro mil sepulturas. No momento, há  200 vagas para possíveis sepulturas, em caso de necessidade.

A Prefeitura de Cariacica diz que ainda não recebeu o ofício. Sobre os cemitérios, o órgão frisa que exitem oito sob administração municipal. A Gerência de Necrópoles, ligada à Secretaria Municipal de Serviços (Semserv), também garante estar seguindo as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em relação a velórios e sepultamentos no tempo de pandemia.

"Seguindo os conselhos da Anvisa, pede-se que o enterro ocorra com, no máximo, 10 pessoas. Não pelo risco biológico do corpo, mas pela contraindicação de aglomerações. Que seja observada também a distância de 1,5 metro entre os participantes", diz, trecho final enviado pela Prefeitura de Cariacica à reportagem. 

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