A terceira onda de expansão da Covid-19 está pressionando o sistema de saúde do Espírito Santo. Nesta segunda-feira (29), de acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), 14 pacientes já aguardavam por uma vaga em um leito de UTI em pronto-atendimento e unidade de pronto atendimento do Estado, sendo que três deles esperavam há mais de 24 horas.
Os leitos de tratamento intensivo estão com 94.35% de ocupação. Além da UTI, mais 72 pacientes com Covid-19 esperam por um leito de enfermaria, sendo que 31 deles já completaram um dia todo de espera completando um cenário crítico do sistema de saúde.
"O risco real de colapso existe e para que ele não ocorra é necessário que a população cumpra a quarentena", concluiu o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes.
A situação levou à Sesa a discutir, esta semana, os critérios para a confecção do protocolo de acesso aos leitos. Ou seja, que paciente de Covid-19 será escolhido ou não para ocupar um leito quando abrir vaga. Por enquanto, ainda não há registro de pessoas que tenham morrido esperando por uma vaga, segundo a Secretaria.
"Nós temos registrado mais pacientes que chegam em estado muito grave ao serviço de saúde e que necessitam de leito de UTI, porém, não suportam o tempo adequado de espera por esse leito, pois existe um período necessário para a estabilização do paciente para que seja transferido da UPA para ao recurso hospitalar. Mas até agora não temos registro de pacientes que tenham morrido por falta de leito de UTI", contou Nésio Fernandes.
No domingo (28), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizou 160 remoções de pacientes em estado grave que levaram à internações hospitalares.
Na parte do que cabe ao Estado, estão sendo aberto leitos de UTI que devem chegar ao total de 900 para atender a rede pública. No entanto, não se trata apenas de ter estrutura para atender aos pacientes, mas sim de profissionais de saúde.
"O limite de mão de obra será o limite da abertura de leitos. Por mais que possamos abrir leitos suspendendo cirurgias, na rede pública ou privada, temporários ou definitivos, o esgotamento dos recursos humanos impedirá novos leitos. Cansamos de contar o número de óbitos todos os dias por uma doença, que pode ser evitada se cada um entender o risco real de contraí-la e poder infectar uma pessoa querida. Precisamos que a população entenda isso", reforçou o secretário.
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