Diante do avanço do coronavírus sobre o Espírito Santo e o aumento de indicadores como índice de ocupação de leitos de UTI, o governo do Estado decidiu antecipar as expansões das vagas de tratamento intensivo. A decisão foi comunicada pelo secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, durante coletiva de imprensa realizada neste domingo (14).
As expansões de leitos de UTI estavam previstas para os meses de março e abril, período em que há também um aumento de ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Isso, somado à alta nos novos casos de infecção por coronavírus, causaria uma pressão assistencial no sistema de saúde do Espírito Santo. Desta forma, como informado por Nésio, a decisão foi de antecipar as expansões de leitos de terapia intensiva.
"Nós já tomamos a decisão de antecipar diversas expansões de leitos ainda para o mês de março e as expansões previstas para o final de abril, para o início do próximo mês", resumiu o secretário.
Ainda durante a coletiva de imprensa, Nésio explicou que o Espírito Santo vive um momento de terceira fase de expansão da Covid-19. O secretário ressaltou ainda que o Estado enfrenta um aumento de internações em decorrência do coronavírus que, somado às doenças sazonais como a gripe comum, criam uma pressão no sistema de saúde capixaba.
"A rede privada e pública do Espírito Santo vem enfrentando um aumento de internações abruptas de adultos. Nós estamos enfrentando essa terceira expansão da pandemia no Estado com a quádrupla carga de doenças, que já são conhecidas, competindo com a Covid-19. É necessária a adoção de medidas mais duras e rígidas, e essa semana será de importantes decisões para o Estado do Espírito Santo", acrescentou.
O Espírito Santo, inclusive, se aproxima de um limite perigoso: o Estado chegou a marca de 87,98% de ocupação dos leitos de UTI para o tratamento da Covid-19. O número corresponde a 637 pessoas internadas nos 724 leitos de terapia intensiva exclusivos para o novo coronavírus, segundo dados do Painel de Ocupação de Leitos Hospitalares, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
A alta ocupação nas UTIs acende um sinal de alerta no Estado. Na última sexta-feira (12), durante entrevista coletiva, o secretário Nésio Fernandes afirmou que o critério para que o Espírito Santo tomasse medidas mais duras de restrição seria a ocupação de 90% de leitos, o que já está bem próximo.
"Decidimos manter o critério de 90% de ocupação dos leitos hospitalares como gatilho que determinará medidas mais extremas no Espírito Santo. Ter 10% de 900 leitos de UTIs livres no Estado é a garantia que não irá decretar medidas extremas numa situação de colapso”, disse, na ocasião.
A ocupação de leitos pediátricos, que passa de 90% no Estado, levou o governo a suspender as aulas presenciais para as crianças de até cinco anos em todo o Espírito Santo. Essa é a faixa etária mais suscetível ao agravamento de doenças respiratórias comuns nesta época do ano.
O Espírito Santo registrou 150 internações por Covid-19 na última sexta-feira (12). Destas, 48 foram em leitos de UTI, 97 em enfermarias e cinco em leitos semi-intensivos. A informação foi publicada pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em suas redes sociais na madrugada deste domingo (14).
Em uma longa explicação, o médico admitiu que o sistema de saúde capixaba opera há dias acima dos 80% de ocupação de UTIs, mas negou que qualquer paciente esteja esperando mais de 24 horas por leitos. Ele apontou ainda para uma expansão do atendimento do Serviço de Atendimento Móvel e Urgência (Samu) para a região de Linhares nos próximos dias.
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