No próximo dia 30 de abril serão completados exatos seis meses da explosão do Jeep Compass, que vitimou o empresário Ricardo Portugal, de 38 anos, quando ele dirigia o SUV pela Avenida Adalberto Simão Nader, em Vitória. A ausência de respostas por parte da perícia é angustiante para a família da vítima. Desde o incidente, a viúva de Ricardo, Cristiane Fernandes Marba, busca entender o que fez com que o carro do marido explodisse em movimento.
Em conversa com A Gazeta nesta quarta-feira (14), a 16 dias de completar meio ano da perda do marido, ela mostra-se inconformada com a demora na investigação, que vem acarretando outros problemas à família.
Cristiane disse ainda que em breve pretende procurar os caminhos jurídicos caso um laudo pericial apontando as causas da explosão não seja repassado à família.
"No dia em que tudo aconteceu, foi dito que o prazo era de 90 dias e que poderiam ser prorrogados pelo mesmo período. Daqui a duas semanas este período vai expirar e ainda não temos respostas. Eu quero e preciso saber o que ocorreu com meu marido, e se for preciso, aciono os meios legais para descobrir", complementou.
No fim de março, Cristiane disse que recebeu, via e-mail, um questionário do setor de perícia dos Bombeiros sobre o veículo, a rotina do marido quando dirigindo o automóvel, entre outras informações.
"Haviam perguntas ali que eu nem sequer sabia como responder. O posto onde meu marido costumava abastecer, as rotas que o Ricardo costumava fazer, se as vistorias estavam em dia. São questionamentos que sinceramente não sei. Informei que o carro nunca havia dado problemas antes, que havia sido comprado em 2018 na concessionária da própria Jeep e que todas as manutenções eram feitas na oficina da própria montadora. Eu só quero respostas, pois já são quase seis meses angustiantes", desabafou.
Os questionamentos feitos pela viúva são os mesmos que permeiam a mente de quem acompanhou este caso. Há meses a reportagem de A Gazeta acompanha e buscas por respostas para este incidente impressionante. Ao longo deste tempo, houve pedido da parte da Polícia Civil à Justiça por mais tempo para a investigação e elaboração do laudo pericial.
Ricardo foi sepultado após a liberação do corpo junto ao Departamento Médico Legal de Vitória. Ele, ainda em vida, já havia manifestado a vontade em ser cremado, e a família procurou respeitar a vontade pessoal do empresário. Entretanto, o juiz plantonista que analisou o pedido dos familiares, não autorizou a cremação visto que havia uma investigação em curso sobre a causa da morte. Desta forma, o empresário foi enterrado em um cemitério da Capital.
Novamente demandada, a Polícia Civil informou, em nota, que se trata de um caso complexo e que ainda aguarda o retorno do inquérito policial para a Delegacia de Delitos de Trânsito, responsável pela investigação.
"A Polícia Civil informa que o inquérito policial foi encaminhado à Justiça, com solicitação da ampliação do prazo de investigação. Até o momento o IP (inquérito policial) não foi devolvido à Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (DDT) com parecer da Justiça. Cabe destacar que somente após o recebimento do inquérito na delegacia se inicia o novo prazo concedido pelo judiciário. O prolongamento da perícia no veículo ocorre devido à complexidade dos exames e laudos a serem realizados. Somente após a finalização das investigações, será possível confirmar o que pode ter causado a explosão, que resultou em óbito do condutor do veículo. O corpo da vítima já foi liberado para a família", disse a PC.
Em resposta à demanda feita por A Gazeta, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) informou que "o acompanhamento do inquérito policial é feito pelo Ministério Público. No momento, não há nenhum pedido pendente de análise no Judiciário".
A reportagem também demandou o Ministério Público do Espírito santo (MPES), mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno. Assim que houver manifestação, este texto será atualizado.
Também demandada por A Gazeta, a Allianz Seguros informou, em nota, que "solidariza-se com a família do sr. Ricardo Portugal Moura Guedes e informa que tem dado atenção ao caso desde 4 de novembro de 2020, quando o aviso de sinistro foi realizado pelo corretor de seguros. Devido aos trâmites legais inerentes ao ocorrido, o veículo está no pátio da Delegacia de Polícia que investiga o caso, portanto, ainda não liberado para a vistoria de seguro. A Allianz Seguros permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos".
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