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'Falso pastor': pai e avó de Kauã se revoltam após defesa abandonar julgamento

'Falso pastor': pai e avó de Kauã se revoltam após defesa abandonar julgamento

Advogado de Georgeval deixou o plenário do júri, adiando julgamento, alegando ter sofrido ameaças e por temer pela vida do acusado

Publicado em 3 de abril de 2023 às 12:09

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Kauã e Joaquim: Rainy Butkovsky, pai de Kauã, com flores sendo colocadas no jardim do fórum de linhares no primeiro dia de julgamento de Georgeval
Kauã e Joaquim: Rainy Butkovsky, pai de Kauã, com flores sendo colocadas no jardim do fórum de linhares no primeiro dia de julgamento de Georgeval. (Carlos Alberto Silva)
Felipe Sena
Estagiário / [email protected]

Após a defesa de Georgeval Alves Gonçalves abandonar o plenário nesta segunda-feira (3), forçando o adiamento do julgamento, os familiares de Kauã Sales Butkovsky, de 6 anos, demonstraram revolta. O pai e a avó o menino chamaram o acusado de matar o enteado e o filho Joaquim, de 3 anos, de "falso pastor". Por sua vez, a defesa alega ter sofrido ameaças. 

Mais cedo, ainda antes do inicio da sessão no Fórum de Linhares, a avó de Kauã, Marlúcia Butkovsky, e o pai dele, Rainy Butkovsky, concederam entrevistas à TV Gazeta e à Rádio CBN Vitória, e tinham esperança de que o julgamento finalmente acontecesse, cinco anos  após o crime, ocorrido em 21 de abril de 2018. 

"A expectativa é de que o júri realmente aconteça e que seja dado todo o trâmite. O processo pode vir a demorar três dias, mas que  realmente aconteça o júri  e que ele tome uma condenação bem alta", disse o Rainy.

Sobre a possível pena ao acusado, ele afirmou em entrevista à jornalista Fernanda Queiroz, na Rádio CBN Vitória, esperar "a máxima dentro dos limites da lei brasileira. Ele vai ter que pagar dois quintos dessa pena. Que seja pelo menos acima do 100 anos, para lá de 75 anos, para ele cumprir esses 30".

Vale destacar que, caso o acusado realmente seja condenado à pena máxima, o limite de reclusão foi ampliado de 30 para 40 anos, pela lei 13.964 de 2019.

A avó, Marlúcia Butkovsky, foi ainda mais dura ao falar sobre as expectativas relacionadas ao julgamento. "Minha expectativa para aquele monstro é que ele morra na cadeia. Ele vai ganhar mais de cem anos de cadeia. Eu sei que não é permitido na nossa lei, mas ele vai. Eu tenho fé e confiança que ele vai pegar a pena máxima."

"Não tem outra coisa agora a não ser ter o respaldo final da Justiça para que ele seja condenado. Não só eu, toda a família pelo lado da Juliana (mãe das vítimas) e toda a sociedade", completou Marlúcia.

Adiamentos

A defesa de Georgeval chegou a protocolar um pedido para adiar o julgamento, na sexta-feita (31), alegando risco à segurança do ex-pastor e seus representantes e uma possível parcialidade do júri, por ser um caso que causou muita comoção na cidade. No mesmo dia, o juíz Tiago Fávaro Camata indeferiu o pedido.

Na decisão, o magistrado afirmou que "não é crível que somente no primeiro dia útil que antecede ao julgamento, a defesa tenha vislumbrado o tal risco à segurança e à imparcialidade dos jurados, vindo a requerer a suspensão do julgamento faltando 3min para o encerramento do expediente".

O julgamento, que estava marcado para acontecer em março, chegou a ser adiado em fevereiro, por conta de uma solicitação da defesa, que na época havia acabado de assumir o caso. 

Agora com mais um adiamento, mesmo com Pedro Henrique Souza Ramos, que atua na defesa, afirmando que ainda continuará no caso, Georgeval terá um prazo para dizer quem será seu representante e poderá ter um defensor particular ou um dativo, escolhido pela Justiça.

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