Para tentar dar fim a uma longa espera por consulta com neuropediatra em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, uma audiência pública foi realizada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) no município na segunda-feira (6). Responsável pela oferta das consultas, o governo do Estado informou que tem expectativa de contratar mais de sete mil teleconsultas nas próximas semanas para cidades da região.
A audiência pública reuniu pais dos pacientes e representantes da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no Auditório da Promotoria de Justiça de Cachoeiro. Somente no município, 612 pacientes aguardam por consultas com neuropediatras.
Essa é a dificuldade enfrentada pela Célia Pontes e pela filha, Isabele, que esperam pelo atendimento há um ano. “Minha enxaqueca só tem piorado, minha saturação está caindo, a pressão está aumentando e dizem que é normal”, disse a jovem.
A partir da reunião, o MPES tem um prazo de até dez dias para produzir um relatório e novas informações podem ser solicitadas à prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim e também à Superintendência Regional de Saúde do Sul do Espírito Santo. Somente então medidas serão adotadas e prazos estabelecidos.
“Há pessoas há mais de ano esperando consultas, estamos aqui para garantir a saúde, então nós, para garantir o acesso à saúde, precisávamos chamar tanto as autoridades municipal e estadual para saber as ações que serão tomadas”, disse o promotor de Justiça, Cleto Vinicius Pedrollo.
Segundo o superintendente Regional de Saúde Sul, Márcio Clayton da Silva, o Estado abriu um processo de compra de consultas, em julho deste ano, para ofertar 7.440 atendimentos anuais, em que não houve interessados. Agora, o processo migrou para a modalidade ata de registro de preços e está em andamento seguindo os trâmites legais.
“Há duas empresas interessadas já, iremos começar a executar o mais rápido possível este trabalho para amenizar o sofrimento desses pacientes”, afirmou Márcio Clayton da Silva.
A Sesa informa que a especialidade médica de neuropediatria é considerada escassa em todas as regiões do Espírito Santo e que tem se esforçado para suprir a demanda por atendimento no Estado.
Para a Gabriely Bettini, mãe de dois filhos autistas e Presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cachoeiro de Itapemirim, sabe da importância da consulta com um neuropediatra até para ter acesso aos serviços públicos. “Precisamos de consultas para medicamentos, escola, transporte, temos que estar respaldados por este profissional para que nossa vida seja mais resolutiva”, disse.
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