Na terceira onda de crescimento da pandemia do novo coronavírus, com o maior número de mortos e de pessoas em estado grave, as redes pública e privada de saúde estão sofrendo não apenas com lotação. Também faltam profissionais de saúde para atender todos os pacientes que chegam com Covid-19. A disponibilidade de oxigênio ainda não é um problema, porém já está em alerta.
"Os hospitais são resistências, é a forma de acolher os últimos suspiros das pessoas. Queremos que as famílias sejam preservadas, por isso não se exponha ao risco. Já o risco de faltarem profissionais é real e concreto, já está faltando tanto para abrir os leitos na rede privada quanto na rede pública. Existe uma dificuldade que se incrementa a cada semana, pois os trabalhadores estão esgotados e adoecendo", pontuou Nésio Fernandes, secretário estadual da Saúde, durante pronunciamento on-line na tarde desta terça-feira (23).
Além do desgaste de quem já está na luta diária de socorrer os pacientes, a abertura de novos leitos também tem se tornado inviável por falta de recursos humanos.
"Hoje, o maior problema não é contratar médicos, mas sim técnicos de enfermagem e enfermeiros, pois, essa categoria extraordinária que é fundamental para a saúde pública do nosso país, tem um limite de oferta de profissionais para o mercado de trabalho. E trabalhar em UTI não é o mesmo que na área ambulatorial, pois demanda curso de qualificação e um perfil profissional. Os hospitais filantrópicos e privados tem ainda mais dificuldades de contratação, pois o Estado paga valores de mercado e acaba tirando profissionais da rede privada", observou Fernandes.
Nésio Fernandes também pontuou que a falta de oxigênio como ocorreu no estado do Amazonas, por enquanto, não acontecerá no Estado devido a um preparo anterior. Mas deixou um alerta acerca da demora entrega do gás nas unidades hospitalares.
"No Espírito Santo não temos risco de falta de oxigênio por conta da produção da indústria e autonomia de reserva dos hospitais. O risco está na capacidade das quatro empresas que fornecem o gás em atender simultaneamente as redes públicas e privadas, municipais, estadual e federal caso todas tenham aumento de consumo e precisem de abastecimento", pontuou o secretário.
No mês de dezembro, a Sesa passou a fazer um levantamento rotineiro e a redimensionar sua capacidade de gás medicinal. Foram realizadas reuniões com as empresas e contato com a Arcellor, que oferta gases para uma das fornecedoras, para que ofertem também aos outros três fornecedores de gás do Estado para reduzir o tempo de logística de atendimento.
"O Espírito Santo se preparou para momentos críticos, mas é preciso que todos se cuidem", completou Nésio Fernandes.
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