Uma mãe palestina, moradora de Vila Velha, que está em Gaza, vive o drama de tentar voltar ao Brasil com uma bebê de menos de um ano de idade e outras quatro crianças com menos de 11 anos. O marido e pai das crianças prefere que os membros da família não sejam identificados, para que não sofram nenhum tipo de preconceito ou retaliação, mas pessoas próximas contam o sofrimento vivido por eles, em meio ao conflito com Israel, que já provocou mais de 10 mil mortes no lado palestino.
Pai e mãe são palestinos e vieram morar em Vila Velha há cerca de um ano. Aqui, tiveram uma filha, a quinta do casal. As outras quatro crianças — sendo a mais velha delas com 11 anos — haviam ficado no Oriente Médio. Meses atrás, a família foi até Gaza tentar um visto para morarem todos aqui, no Espírito Santo. O pai precisou voltar antes ao Brasil por causa do trabalho. Os vistos demoraram a sair e, nesse meio tempo, houve a nova escalada nos conflitos entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Agora, a mãe tenta voltar ao território brasileiro com a bebê e as outras quatro crianças. Mas a família não está na lista de 34 brasileiros autorizados a deixar Gaza, nesta sexta-feira (10), para retornar ao país.
Segundo o líder da mesquita de Vitória, o xeique Mohammed Barakat, o pai vive em constante preocupação. Ele conta que, alguns dias atrás, a casa vizinha à da família, em Gaza, foi bombardeada e uma das suas crianças ficou levemente ferida. Diariamente, eles procuram autoridades brasileiras para tentar voltar ao Brasil. Porém, até agora, não foram incluídos na lista.
Em entrevista à Rádio CBN Vitória, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ufes, Brunela Vincenzi, disse que tentou contato com o governo do Espírito Santo para auxiliar a família a voltar ao Brasil.
Para A Gazeta, Brunela disse ter consultado o Ministério da Justiça, quando soube que a família ainda não está relacionada para retornar ao Brasil.
A reportagem também procurou o governo do Espírito Santo para saber se foi acionado para fazer parte das negociações, mas, segundo o Executivo, ninguém solicitou ajuda ao Estado.
Nesta quinta (9), o chanceler de Israel, Eli Cohen, afirmou que o grupo de brasileiros retido na Faixa de Gaza estará na próxima lista de permissões para cruzar a fronteira do território palestino, que está sob ataque de Tel Aviv, rumo ao Egito nesta sexta (10). As 34 pessoas, sendo 24 brasileiros e 10 palestinos, serão resgatadas pelo governo brasileiro, que aguarda a abertura da passagem entre os territórios.
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