Uma família de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, corre contra o tempo para salvar a vida de uma criança de um ano e onze meses. A dona de casa Alessandra Lima Farias, de 22 anos, descobriu que o filho Adam Farias de Oliveira tinha a síndrome rara aplasia de medula quando o menino estava com oito meses. Para ficar curado, ele precisa de um transplante de medula óssea.
“Quando nasceu, ele teve um quadro de anemia e precisou fazer duas transfusões de sangue. A aplasia de medula foi diagnosticada apenas aos oito meses. Até hoje, a cada 25 dias ele faz transfusões, pois sua produção de sangue é quase zero. Assim que ele vai ficando mais velho, o tempo dos procedimentos reduz. Ele fica com o coração mais acelerado, pálido e sonolento, como se estivesse poupando energia”, conta a mãe de Adam.
Adam é acompanhado por uma equipe de médicos particulares. Segundo ela, recentemente a família recorreu ao Centro de Transplantes de Curitiba, no Paraná, e lá informaram que o menino precisa do transplante de medula óssea para se curar.
Os pais são 50% compatíveis e, segundo a mãe, eles serão considerados para o transplante somente se o quadro de Adam se agravar ou se não conseguirem quem tenha mais compatibilidade. Nas redes sociais, a família faz uma campanha e pede apoio das pessoas para conseguirem que um ónibus de coleta e cadastro do Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), que funciona em Vitória, seja enviado a Cachoeiro.
“Muitos querem doar, mas ser longe, dificulta. Com a vinda de um ônibus, mais pessoas poderiam ajudar. Se não conseguirmos, vamos tentar pediu um ônibus da prefeitura para fazer o transporte até Vitória”, diz Alessandra.
A médica hematopediatra Grazielle Grillo, que cuida do pequeno Adam, explicou que a aplasia pura de série vermelha é também classificada como síndrome Blackfan-Diamond. “A síndrome rara e congênita se caracteriza por anemia intensa desde os primeiros meses de vida. A maioria dos casos aparece de forma esporádica e pode estar associada a outras malformações congênitas. Após diagnóstico, este paciente deve ser acompanhado de perto pois necessita de frequência de transfusão de sangue, já que não produz ou produz bem pouco a série vermelha do sangue”, disse a médica.
A doença, complementa a médica, pode evoluir de três formas: cura espontânea com tempo, resposta a medicamento (corticoide) e transplante. “No caso do Adam, o diagnóstico foi bem precoce. Iniciamos transfusão de sangue de acordo com necessidade, esperando melhora espontânea. Após um ano, começamos com corticoide, porém não obtivemos nenhuma resposta. Encaminhamos para serviço especializado em transplante de medula óssea de doenças hematológicas benignas em crianças de Curitiba. E pela evolução, o transplante será a chance de cura e melhora da qualidade de vida”, concluiu a especialista.
No Espírito Santo, os cadastros para ser doador são realizados pelo Hemoes. Podem doar medula pessoas com idade entre 18 e 54 anos em bom estado de saúde. Ao realizar o cadastro, é coletado um tubo de sangue (5 ml) para o teste de compatibilidade, conhecido como Histocompatibilidade (HLA). Não é necessário jejum.
Após preencher a ficha de cadastro, os dados serão colocados no banco de dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), com o resultado do exame de HLA.
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