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Família cria vaquinha para ajudar garçom que ficou paraplégico no ES

Família cria vaquinha para ajudar garçom que ficou paraplégico no ES

Kaique Batista de Souza foi atingido por uma bala perdida no dia 4 de agosto, quando voltava para casa do trabalho; ele está acamado e precisa de acompanhamento psicológico e terapêutico

Publicado em 2 de setembro de 2020 às 20:34

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Aos 24 anos, Kaique ficou paraplégico por causa de uma bala perdida. (Acervo pessoal)

Depois de trabalhar horas em pé atendendo pessoas em um restaurante, o garçom Kaique Batista de Souza foi vítima de uma bala perdida em Vila Velha, quando voltava para a casa, no último dia 4 de agosto. Na semana passada, ele teve alta do hospital, mas está acamado e não pode mais andar.

Paraplégico por causa de um confronto armado entre traficantes, ele está sendo cuidado pela esposa Eliana do Rosário Santos, que está desempregada há mais de um ano. Até agora, o casal ainda aguarda uma previsão de quando ele conseguirá ser atendido por um psicólogo e um fisioterapeuta, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).  Pensando em reduzir essa espera a família foi em busca de um tratamento particular.

R$ 3 mil
é o valor que a família precisa para pagar o tratamento de Kaique

Incentivada por amigos, a esposa de Kaique criou uma "vaquinha" on-line para arrecadar dinheiro com o objetivo de amenizar a nova e dolorosa realidade do marido, com a assistência necessária. Se conseguir o valor desejado, a família poderá pagar o tratamento por meio de um "pacote" com preço promocional, que inclui o trabalho de ambos os profissionais.

Aos 24 anos, Kaique recebeu a notícia de que ficou paraplégico, depois de ser atingido por uma bala perdida. (Acervo pessoal)

De acordo com Eliana, os cuidados com a higienização e cicatrização estão em dia. Com a ajuda de pessoas próximas, ela ainda tem gaze, pomada, soro e três pacotes de fraldas. No entanto, fora esses gastos menores, ela ainda precisa pagar as contas e o aluguel da casa, onde vive o casal com os três filhos pequenos.

Aspas de citação

Ele tomou esse tiro por causa da guerra do tráfico. Ele foi uma vítima: teve o estômago e o pulmão perfurados. Está com muita dor, não tem força no tronco para ficar mais de 20 minutos sentado. Ele precisa de ajuda. Eu não tenho onde mais pedir socorro

Eliana do Rosário Santos
Operadora de caixa desempregada
Aspas de citação

Com a redução pela metade do valor do benefício emergencial a preocupação aumenta. Apenas os gastos básicos da família já superam os R$ 600 que ela vai receber do Governo Federal. "A gente usava o que ele ganhava como garçom para comprar os mantimentos. Ele não tinha carteira assinada. Estamos praticamente sem renda", desabafou.

Kaique ao lado da esposa Eliana, antes de ser vítima de bala perdida no ES. (Acervo pessoal)

Esperançosa, Eliana tenta se manter forte, apesar das adversidades. “No dia que o médico deu a notícia, parecia que um prédio de mais de mil toneladas tinha caído na minha cabeça. Ele (Kaique) amava brincar com os filhos. Uns dias antes, ele estava correndo, empinando pipa. É triste, mas, pelo menos, Deus não o levou embora”, disse.

TIROTEIO É INVESTIGADO, MAS NINGUÉM FOI PRESO

Depois de ser deixado de carro pelo patrão no bairro Divino Espírito Santo, o garçom Kaique Batista de Souza foi atingido por uma bala perdida já próximo de onde mora, por volta das 21h30, em 4 de agosto deste ano. Inicialmente, ele foi socorrido para o Hospital Estadual Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha.

No dia seguinte, porém, ele precisou ser transferido para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, onde passou por duas cirurgias – uma para conter a hemorragia interna e outra para tratar uma infecção no pulmão, por causa de um dreno que não funcionou. No local, ele ficou cerca de 20 dias internado.

O responsável pelo tiro que o atingiu o rapaz de 24 anos continua solto. De acordo com a Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, mas nenhum suspeito foi detido.

Por isso, a PC reforça o pedido para que a população auxilie na investigação por meio do Disque-Denúncia (181). Todas as informações registradas pela ferramenta são investigadas e não é necessário se identificar. O sigilo também é garantido. Pelo site, podem ser enviadas imagens e vídeos.

COMO AJUDAR O KAIQUE

Quem quiser e puder colaborar com a família pode doar qualquer valor pela internet. Até a tarde desta quarta-feira (2), cinco apoiadores fizeram doações que, juntas, somavam R$ 525 – menos de 10% do valor necessário. Clique aqui para acessar a “vaquinha” e fazer a sua contribuição.

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