Os dias têm sido de tensão e medo para uma família de Linhares, no Norte do Espírito Santo, por causa do conflito armado entre Israel e Hamas. O filho e os netos moram na cidade de Petah Tikva, perto de Tel Aviv, capital israelense, e frequentemente relatam a insegurança ao ver, da varanda de casa, mísseis passando no céu. A recomendação é se abrigar em bunkers ou em escadas dos prédios durante os ataques.
O coordenador de logística Rodrigo Rosenthal, de 47 anos, passou a infância e a adolescência em Linhares, mas mora em Israel há 20 anos. Os pais dele continuam morando no município do Norte do Estado.
Rodrigo mora em Petah Tikva com a esposa e os dois filhos, de 2 e 4 anos. A cidade fica a 79 quilômetros da Faixa de Gaza. Mesmo com a distância, o clima é de tensão.
Rosenthal conversou com o g1 na tarde deste sábado (14) e contou como tem sido a última semana em meio à guerra.
"O maior estrago são os estilhaços dos mísseis que caem no chão, como aconteceu a 1,5km daqui. Caiu um estilhaço grande, do tamanho da metade de um carro. Nos pegaram de surpresa, foi covardia. Está acontecendo enterro de companheiros, amigos e filhos de amigos. É algo que não dá para ser imaginável", relatou o coordenador de logística.
Ele contou que o barulho é intenso, que a sirene toca o tempo inteiro para alertar que mísseis se aproximam e as explosões são ouvidas de longe.
O coordenador de logística explicou que o país está em alerta e os moradores vivem clima de terror. "Onde moro, as ruas não estão desertas. Tem gente que sai de casa, mas é mais difícil a situação de quem mora mais para o Sul, colado na Faixa de Gaza. As pessoas estão passando pelo pior terror que tem, que é a pressão psicológica", relatou.
Apesar de todo o cenário de guerra, Rodrigo tenta manter a normalidade para os filhos. O pai leva as crianças para passear pela cidade e participa de grupos de voluntários.
"A gente vai até os hospitais que são pouco utilizados e arrecadamos material de enfermagem de primeiro socorros. Passamos por bases de tropas e já distribuímos a primeira leva de doações", explicou.
Israelenses e cidadãos com dupla nacionalidade já estão sendo convocados para a guerra. Rodrigo é militar da reserva e está no final da lista de convocação por causa da idade.
Vendo a situação em que o país que o acolheu está, ele espera ser convocado para poder ajudar ainda mais. "Eles podem contar comigo que já estou pronto", disse.
De longe, em Linhares, quem também passa por toda essa aflição são os pais do Rodrigo. As videochamadas e mensagens pelas redes sociais amenizam a preocupação da mãe dele, Érica Rosenthal.
"Todos os dias, de manhã, de tarde, eu penso nele e ligo para saber o que está acontecendo", disse a mãe.
O pai de Rodrigo, Miguel Rosenthal, disse que se preocupa com os netos, que são inocentes e não entendem o perigo que estão vivendo. "A gente fica mais apreensivo pelos netos, que não sabem o que se passa", disse.
Com informações do g1ES e da TV Gazeta
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