Um ato de honestidade de uma família em Vila Velha despertou uma verdadeira corrente de solidariedade. A história do pequeno Arthur, de 5 anos, que encontrou na rua uma mochila com R$ 700 e entregou para a mãe, que fez de tudo para devolver ao dono, foi contada pela TV Gazeta. A atitude e a situação em que a família vive comoveu muita gente, que decidiu ajudar de diferentes formas.
A mãe do menino, a diarista Marta Souza, mora em uma casa de um cômodo no bairro Balneário Ponta da Fruta, com três dos cinco filhos, sem ter nem mesmo um banheiro.
Com a pandemia do novo coronavírus, ela contou que está sem trabalho e a família acabou ficando com a renda comprometida. Mesmo assim, fez de tudo para localizar o dono para devolver o dinheiro e acabou descobrindo se tratar de um trabalhador que tinha acabado de ser demitido e estava com toda o valor de sua rescisão na mochila.
O vendedor João Batista viu a história na TV Gazeta no dia 16 de abril e se sensibilizou. O que mais chamou a atenção dele foi a honestidade de Marta que, mesmo sem dinheiro, nem chegou a pensar em ficar com o valor encontrado.
No meio da reportagem, eu fui vendo a questão dela, como estava situação da casa dela, dos filhos. Quando disse que não tinha banheiro, foi aí que me deu [um estalo]: poxa vida, não tem banheiro. Então eu acho que a gente pode conseguir fazer para ela, contou à reportagem da TV Gazeta, nesta sexta (1º).
Um grupo de voluntários de igrejas e Organizações não Governamentais (ONGs) doou o material de construção, como lajotas, cimento, piso e argamassa, e irá fazer a obra. A gente sabe que ela precisa de mais coisa. Mas, se outras pessoas puderem estar colaborando, eu acredito que a gente pode fazer algo a mais para ela, afirma Batista.
A artista plástica Célia Sampaio também decidiu ajudar. Ela, com a dificuldade que tem, com um monte de filhos, desempregada, e ter a essa honradez de entregar esse valor tão alto R$ 700 é muito dinheiro nessa conjuntura , e ela entregar, isso me deixou numa felicidade! Eu chorei muito quando vi a reportagem, conta.
O armário improvisado de mantimentos de Marta, que também estava vazio, agora está cheio de alimentos que foram doados após a reportagem.
Ainda sem trabalho, ela está à espera do auxílio emergencial de R$ 1.200 que deveria receber do governo federal, mas até agora não saiu. Eu me cadastrei desde o dia 7, mas estou em análise. Pior é a ansiedade que isso traz, né. Mas, graças a Deus, aconteceu isso e eu estou conseguindo me manter, ganhei as cestas básicas, ganhei ajuda financeira também, então estou conseguindo me virar. Mas eu penso: e o pessoal que não tem? Essa questão da análise, eles poderiam agilizar logo, porque tem muita gente passando necessidade, afirma.
Sobre o ato de honestidade, Marta destaca que foi uma decisão natural. É uma coisa que, para mim, é normal eu achar um documento, uma carteira, um dinheiro e devolver, ressalta.
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