Internado há uma semana no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, após ter sido diagnosticado com a Covid-19, o sargento aposentado Antônio Maria Matias, de 50 anos, corre o risco de precisar ser transferido a qualquer momento caso seu quadro de saúde piore. A unidade informou que está acompanhando o caso.
Antônio começou a sentir os primeiros sintomas da Covid-19 no final de junho. Ele foi internado no HPM na última segunda-feira (29), quando exames confirmaram a doença. No entanto, desde então, a família diz que sua situação vem se agravando.
Segundo a família do policial, a transferência será necessária já que o HPM não possui profissionais capacitados para operar respiradores, equipamentos essenciais para os pacientes graves da doença.
De acordo com a esposa do policial, Ana Cristina, a luta, agora, é para garantir uma vaga em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em outro local a tempo.
"Agora estamos correndo contra o tempo. Se ele precisar ser intubado, os médicos informaram que aqui não tem estrutura e temos que correr. Mas para onde, se não há uma vaga? Estamos totalmente perdidos", lamenta.
"Ele sentiu uma falta de ar e veio ao HPM fazer uma tomografia de tórax. Nessa tomografia, foi detectado que o pulmão dele estava tomado e que ele teria que ser internado. Ele foi internado à tarde e à noite teve uma piora e foi levado para sala vermelha", conta Ana Cristina.
Segundo a família de Antônio, o HPM possui três aparelhos respiradores, que se encontram no mesmo local em que o policial está internado. No entanto, fotos tiradas pelos familiares mostram os equipamentos sem utilização e leitos de UTI desocupados.
"O equipamento tem. Na sala vermelha tem três respiradores, mas eles já informaram, toda a equipe já falou que não tem profissionais que saibam manusear o equipamento. Se ele precisar ser intubado, tem que transferir urgente", diz a esposa.
Os familiares do sargento aposentado estão tentando conseguir um laudo informando a situação da saúde dele para acionar a Justiça e o Ministério Público, a fim que garantir um leito de UTI para uma eventual necessidade. No entanto, o documento ainda não foi obtido.
A situação, para eles, é classificada como revoltante. "Ele a esposa não têm plano de saúde porque o HPM dá todo o suporte para eles. E aí quando chega uma situação gravíssima o hospital não tem estrutura. Tem que ir para outro hospital, arriscar dar de cara com rivais, porque a polícia corre atrás de bandidos mesmo. É um absurdo", lamenta a sobrinha de Antônio, Bruna de Avellar Moraes.
"Precisamos de uma vaga, de uma UTI. Não estamos escolhendo hospital. Onde sair a vaga, que ele seja bem assistido. É uma vida. Sei que para muita gente não importa, mas, para mim, importa. E é isso que precisamos", pede a esposa.
Em nota, a Polícia Militar informou que todas as medidas cabíveis quanto ao caso estão sendo adotadas e que o paciente não foi intubado, até o momento, já que o procedimento não foi considerado necessário pela equipe médica responsável.
A direção do HPM ressaltou que está sempre a disposição da família para tirar qualquer dúvida que haja sobre a internação do paciente.
* Com informações do G1 ES
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