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Família do ES faz apelo para achar muletas de criança perdidas em avião

Família do ES faz apelo para achar muletas de criança perdidas em avião

Equipamento usado em fisioterapias e que dá mais liberdade ao pequeno Eduardo foi esquecido em um voo de Belo Horizonte (MG) para Aracaju (SE) na última terça-feira (18)

Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 21:08- Atualizado há 3 anos

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O pequeno Eduardo Dalla Bernardina, de 10 anos, usa as muletas para fazer fisioterapia (à direita) e atividades do dia a dia (fotos da esquerda e central)
O pequeno Eduardo Dalla Bernardina, de 10 anos, usa as muletas para fazer fisioterapia (à direita) e atividades do dia a dia (fotos da esquerda e central). (Acervo familiar)

Para uma pessoa comum, pode ser "apenas um par de muletas", mas, para o pequeno Eduardo, o equipamento é sinônimo de independência. O problema é que as ferramentas de apoio foram esquecidas dentro de um avião, em um voo entre Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Aracaju, em Sergipe, na última terça-feira (18).

Como exemplar da geração Alpha, ele é super conectado às redes sociais e mantém um perfil chamado "Edu irado oficial". Em um vídeo postado nesta sexta-feira (21), então, ele fez um apelo à companhia aérea para que ache as muletas. "Eu preciso delas para me desgrudar dessa cadeira (de rodas)", disse.

Mãe do capixabinha, a advogada Daniela Bernardina Borges conta que o equipamento é essencial para o filho, que tem paralisia cerebral. "Ele é um menino de dez anos e precisa ficar em pé por causa da postura. Serve para se autovigiar, andar e diminuir o encurtamento", explica.

Segundo ela, as muletas também são usadas nas sessões de fisioterapia e, mais do que auxiliar na coordenação motora do Eduardo, elas injetam ânimo e autoestima. "Com elas, ele pode ficar em pé, ele vê que consegue. É quando ele se torna mais igual ao restante das crianças", afirma Daniela.

Neste período de férias no Nordeste, os equipamentos ainda permitiram que ele andasse pela areia da praia. Entretanto, eles só perceberam que as muletas haviam ficado para trás no dia seguinte à viagem, quando já tinham saído do Aeroporto de Aracaju e estavam na casa dos parentes.

"No momento do desembarque, ficamos preocupados em descer as escadas com o Eduardo e o pessoal já estava nos esperando. No outro dia, não achamos as muletas e puxamos na memória: elas vieram como bagagem de mão e ficaram no compartimento em cima das poltronas", lembra Daniela.

Apesar de ter uma cadeira de rodas, as muletas perdidas são importante para o desenvolvimento do Eduardo
Apesar de ter uma cadeira de rodas, as muletas perdidas são importante para o desenvolvimento do Eduardo. (Acervo familiar)

A família, então, se dirigiu até os balcões no terminal aeroportuário e entrou em contato com a central de atendimento por telefone. Porém, os atendentes informaram que objetos esquecidos na cabine não eram de responsabilidade da empresa e que fariam uma "busca de cortesia".

A conduta categorizada de "esquiva" desagradou o pai Rodrigo Monteiro, mas a mãe admite que não vê a companhia aérea como responsável. Ainda assim, reforça o pedido de ajuda. "É um par de muleta verde, infantil. Não acredito que seja algo que as pessoas têm interesse em levar", ressalta.

DE QUEM É A RESPONSABILIDADE, AFINAL?

Junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a reportagem de A Gazeta obteve a informação de que as bagagens de mão são responsabilidade do próprio passageiro. Assim, as companhias aéreas são livres para definirem as medidas adotadas e não são obrigadas a fazer a guarda dos objetos por mais de 30 dias.

O QUE DIZ A AZUL

Em nota, a Azul Linhas Aéreas lamentou os "aborrecimentos" e afirmou que os itens levados a bordo como bagagem de mão são de responsabilidade do passageiro. Como as muletas não foram localizadas, a companhia informou que "por liberalidade e prezando pelo padrão de qualidade do atendimento, providenciará novas muletas para a família".

Errata Atualização
26 de janeiro de 2022 às 13:28

A Azul enviou um posicionamento oficial sobre o caso. O texto foi atualizado.

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