Famílias capixabas que foram surpreendidas, durante viagem religiosa, pelo conflito de Israel com o grupo Hamas conseguiram voltar para casa, no Espírito Santo, nesta quarta (11) e quinta-feira (12), com a ajuda de uma operação do governo federal, que está resgatando brasileiros no país do Oriente Médio.
O conflito começou no último sábado (7), quando o grupo militante islâmico palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, lançou uma série de ataques contra Israel. A disputa tem aterrorizado o país, resultando até agora na morte de mais de 2.700 pessoas e no sequestro de outras.
Moradora de Vila Velha Erica Campbell, de 33 anos, foi uma das que retornou em segurança, na madrugada desta quinta (12). Ela estava em viagem religiosa em Jerusalém com sua mãe, Luciana, quando os ataques tiveram início no sábado (7). Depois dos primeiros bombardeios, elas permaneceram no hotel e também se abrigaram no bunker do local, de onde conseguiram ouvir as explosões.
Em meio aos confrontos, elas conseguiram voltar para o Espírito Santo, tendo chegado em solo capixaba e sido recebidas pela família no aeroporto.
O pastor capixaba Junior Oliveira também estava em Israel, em uma viagem com um grupo da Igreja Lagoinha, e conseguiu retornar ao Brasil na quarta-feira (11), quando chegou ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Nas redes sociais, ele agradeceu as orações e contou que foram mais de 30 horas de viagem desde Jerusalém, capital israelense, com escala em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Depois de terem as passagens canceladas no último domingo (8) com a intensificação dos conflitos, o casal de professores Edinardy do Nascimento Pinto, de 35 anos, e Rayani Alves Tagarro do Nascimento Pinto, de 32 anos, conseguiu retornar ao Brasil com a filha Melina, de 3 anos, em avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Eles chegaram ao Brasil na madrugada desta quinta-feira (12) no Rio de Janeiro, fizeram uma escala em São Paulo e, à tarde, seguiram em direção a Vitória.
Em entrevista à CBN Vitória já em solo brasileiro, Edinardy contou que a família recebeu contato da embaixada brasileira com as últimas três vagas para o voo da FAB. "O comandante instruiu a todos nós assim que chegamos no local combinado pela embaixada e informou como deveríamos proceder em caso de ataque, pois estávamos saindo de Jerusalem para Tel Aviv", conta.
A família havia chegado a Israel no dia 28 de setembro para peregrinar e participar de uma festa religiosa. E iria retornar no último domingo (8), mas o voo foi cancelado após o início do conflito. Edinardy contou um pouco sobre como foi a rotina da cidade em meio a bombardeio. Segundo o professor, praticamente todo prédio tem um bunker e o espaço é semelhante a um "quarto do pânico". Quando a sirene toca, as pessoas têm cerca de 1 minuto a 1 minuto e meio para entrar no local. Depois, é preciso aguardar pelo menos 10 minutos pela orientação para deixar o espaço após a sirene tocar.
Até agora, dois aviões da FAB já trouxeram brasileiros que estavam retidos em consequência do conflito entre Israel e o Hamas. A chamada Operação Voltando em Paz é coordenada pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores. E mais voos estão planejados até domingo (15).
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, na terça-feira (10), que o governo trabalha para repatriar todos os brasileiros que estiverem na região do conflito entre Israel e Hamas e solicitarem a volta ao Brasil. Ele também falou em "fazer todo o possível para o processo de paz".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta