Piranema, em Cariacica, será o primeiro bairro do Espírito Santo a receber o projeto Favela 3D (digna, digital e desenvolvida), que visa reduzir as desigualdades no país, ao facilitar a implantação de serviços básicos, investimentos em infraestrutura, entre outras ações que promovam o desenvolvimento social, digital e a geração de renda à comunidade.
O projeto, criado pelo Instituto Gerando Falcões, já funciona em locais como a Favela Marte, em São José do Rio Preto (SP), Vergel do Lago, em Maceió (AL) e Morro da Providência, no Rio de Janeiro (RJ), e busca, sobretudo, a melhoria da qualidade de vida da população das favelas, conforme explicou o fundador e presidente da instituição, Edu Lyra.
O Favela 3D tem como pilares intervenções urbanas e habitacionais, educacionais, sociais — inclusive voltada ao empoderamento de mulheres —, além do desenvolvimento econômico, este último por meio de ações como capacitação profissional, apoio ao emprego e renda, entre outras iniciativas.
“A missão da Gerando Falcões é vencer a pobreza, e a gente está sempre testando como chegar lá. Tem quatro anos que a gente bolou a Favela 3D, então a gente está viajando o mundo, tendo referências como Bangladesh, como Medellín, e estamos fazendo investimentos que já passam da ordem de R$ 100 milhões para descobrir uma estrada de superação da pobreza, com cases como na Favela Marte e na Favela dos Sonhos, em São Paulo. Agora, estamos começando a espalhar isso pelo Brasil.”
A definição de Piranema como projeto-piloto em território capixaba foi feita após conversas com o governo do Estado, que assinou, nesta quarta-feira (24), o protocolo de intenções para implantação da Favela 3D no bairro cariaciquense.
Questionado se há planos de levar o projeto a outras favelas capixabas, Lyra declarou que o desejo é "fazer no Brasil inteiro. A primeira discussão é fazer isso dar certo (em Piranema), fazer um case para o Estado ver e querer replicar".
Segundo o governador Renato Casagrande, a primeira etapa do projeto consiste na realização de um diagnóstico das necessidades da comunidade, que permitirá entender quais são os investimentos necessários para que Piranema se desenvolva.
“O primeiro momento do projeto é o diagnóstico e, depois, um plano de trabalho que vai ser executado pelos órgãos públicos, pelo setor privado, mas com acompanhamento do Instituto Gerando Falcões, que vai nos ajudar a estabelecer mais ações, mais serviços públicos e mais dignidade”, explica, destacando que o desejo é “que Piranema seja um modelo, que sirva para ser replicado em outras comunidades urbanas do nosso Estado”.
A diretora de Tecnologias Sociais da ONG, Nina Rentel, pontua que a previsão é de que o estudo diagnóstico seja iniciado entre o final de fevereiro e o mês de março, levando até 90 dias para ser concluído depois disso.
“No mapeamento, a gente já conversa com o governo para entender quais outros dados já existem, porque há muitos dados. A gente também mapeia quais políticas públicas, quais soluções estão previstas, quais já existem, porque isso tudo a gente vai amarrando num grande plano de transformação, que envolve as soluções do poder público e também as demandas e as soluções que já existem do território.”
A expectativa, ainda de acordo com a diretora, é de que, em seis meses, as responsabilidades de cada ente já estejam definidas para que possam dar andamento às ações que efetivamente impactarão na vida da população.
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