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Fé e protestos marcam a procissão marítima a São Pedro, em Vitória

Fé e protestos marcam a procissão marítima a São Pedro, em Vitória

Procissão tem barcos relembrando o crime ambiental contra o Rio Doce em 2015 e pedindo paz na Ucrânia; evento acontece na manhã deste domingo (3). Veja imagens

Publicado em 3 de julho de 2022 às 10:59

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Depois de dois anos, a procissão marítima a São Pedro voltou a tomar as águas da Baía de Vitória na manhã deste domingo (3). Em homenagem ao santo padroeiro dos pescadores, os barcos navegam juntos entre a Praça do Papa e a Ilha do Príncipe, na Capital. Ainda durante os preparativos, chamaram atenção embarcações que aproveitaram o momento de fé para protestar.

Ao menos dois barcos relembraram o crime ambiental ocorrido em 2015, que despejou rejeitos de mineração no Rio Doce e matou 19 pessoas. "BHP Billiton, Vale e Samarco: responsáveis pelo maior crime ambiental do planeta", trazia uma das faixas. Em apoio, outra afirmava que "O lucro não Vale a vida".

Ainda ancorada, uma terceira embarcação estava enfeitada com balões azuis e amarelos – em alusão às cores da bandeira da Ucrânia – e um pombo da paz. Em fevereiro deste ano, o país foi invadido pela Rússia. Desde então, milhares de pessoas já morreram e a guerra segue sem ter fim.

Barcos preparados para a Procissão marítima a São Pedro(Carlos Alberto Silva)

Tradicional evento religioso em Vitória, a procissão atraiu inúmeras famílias, como a do empresário Wesley da Costa Lima, que foi acompanhado da esposa, dos dois filhos e da mãe. “É minha primeira vez e estou gostando. Está tudo muito bonito”, disse a dona Edir Costa Lima, de 73 anos.

Já a esposa do empresário, Alexandra Lima, achou que os barcos estão menos enfeitados neste ano. "Antes parecia até Carnaval", comentou. Com exceção da matriarca, a família sempre compareceu para acompanhar a homenagem a São Pedro. "Já viemos várias vezes, perdi a conta", disse Wesley.

Barcos preparados para a Procissão marítima a São Pedro
Família Lima prestigia a procissão marítima a São Pedro. (Carlos Alberto Silva)

De acordo com a organização, a expectativa é que a procissão deste ano seja ainda maior que a última, realizada em 2019, antes da pandemia do coronavírus. Naquele ano, 147 veículos marítimos se reuniram para o evento.

TRADIÇÃO DE FÉ

A tradição da procissão marítima teve início em 1928, na mesma época em que começou a ser realizada a Festa de São Pedro. Para os pescadores o evento é uma demonstração de fé e um momento de agradecer ao santo padroeiro. A procissão é acompanhada também em terra, pela população.

O ponto alto da procissão é a chamada "Bênção do Anzol", realizada com os barcos em alto-mar, quando é abençoado o anzol do pescador mais antigo de Vitória. Esse ato é realizado para pedir ao santo mais pescas para o ano vigente e para o ano seguinte.

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