Dos 365 casos confirmados de Febre do Oropouche registrados no Espírito Santo até a última quinta-feira (4), conforme divulgação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), cerca de 100 foram contabilizados somente nas últimas duas semanas – uma média de 14 registros da doença por dia nesse período.
Os dados mostram um aumento nos casos da doença no Estado, considerando que a confirmação de que a Febre do Oropouche estava circulando no Espírito Santo foi feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) no final de abril de 2024, após oito das 1,872 amostras coletadas para análise terem identificado o vírus, na ocasião.
Também transmitida por mosquito, mas, diferente da dengue, cuja transmissão se dá pelo Aedes aegypti, a Febre do Oropouche tem como vetor primário o Culicoides paraesis —conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Para o subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Cardoso, os números divulgados na última semana pela Sesa representam um crescimento inesperado de casos de Febre do Oropouche no Espírito Santo.
O subsecretário explicou que por ser uma doença nova e com poucas referências históricas, pode haver inconsistência nos cálculos de registros, mas existe uma expectativa de período de sazonalidade para o aumento da Febre do Oropouche. "Fomos acompanhando a tendência de aumento na doença, principalmente nos meses de abril e maio, quando teve um crescimento de casos. Depois ficou mais restrito e mais persistente em Laranja da Terra, município que concentra o maior número de casos atualmente", explicou.
Para Orlei Cardoso, o que levou a doença a chegar ao Espírito Santo e o motivo do aumento de casos podem ser multifatoriais, e as causas estão sendo estudadas.
Sobre as medidas tomadas para combater o avanço da Febre do Oropouche, o subsecretário explicou que, por ser uma doença nova e haver incertezas sobre como seria a contaminação no Estado, foi orientado aos municípios e profissionais de saúde que emitam uma nota técnica com orientações de como seria o manejo clínico e acolhimento dos pacientes, além de informar o que seria a enfermidade.
Para evitar a doença, transmitida por um mosquito, a Sesa recomendou à população usar roupas com mangas e que evitem exposição da pele, utilizar repelentes e realizar a limpeza de locais onde há matérias orgânicas onde o mosquito possa se reproduzir. Em locais rurais, é necessário que os ambientes onde animais ficam sejam sempre limpos.
O subsecretário ressalta que todos os municípios foram orientados a notificarem caso haja suspeita da doença e que amostras do paciente sejam encaminhadas ao laboratório para análise.
O município com maior incidência da doença é Laranja da Terra, no Noroeste capixaba, com 102 casos confirmados. Rio Bananal e Colatina, com 68 e 48 casos, respectivamente, são as cidades onde há alta no número de infectados. Na Grande Vitória, Fundão é o município com o maior número de casos confirmados, chegando a 10 notificações.
Os sintomas da Febre do Oropouche são semelhantes aos da Dengue, como: febre, cefaléia (dor de cabeça), dores no corpo e articulações, calafrios, náuseas e vômito, fotofobia e tontura. Entretanto, diferente da Dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a Febre do Oropouche tem como vetor primário o inseto Culicoides paraesis —conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
O mosquito-pólvora possui coloração que varia de cinza a castanho escuro, com asas curtas e largas, e o tamanho variando de um a três milímetros. O subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa Orlei Cardoso também explica que o inseto consegue se reproduzir com mais facilidade do que o Aedes aegypti por não precisar da água como fonte reprodutora.
A doença não é considerada grave e nenhum óbito foi confirmado no Espírito Santo até o momento. Para a reportagem de A Gazeta, Orlei Cardoso explicou que não foi identificado, até o momento, casos onde comorbidade e idade avançada pudessem agravar os sintomas ou causar internações por Febre do Oropouche.
A Sesa recomenda que, caso apresente sintomas, procure uma unidade de saúde básica para ser feita a coleta de amostras e seja notificado. A pasta ressalta que é importante se hidratar e não se automedicar.
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